A ginasta Daiane dos Santos foi considerada culpada da acusação de doping por furosemida. Na manhã desta sexta-feira, a Federação Internacional de Ginástica divulgou em seu site que a atleta ficará cinco meses afastada das competições.
Com a decisão, a brasileira ainda pode ter esperanças de ir aos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, pois a punição foi menor do que seis meses, o que tiraria as chances da atleta.
O caso
A ginasta foi flagrada em um exame antidoping feito fora de competição, em julho do ano passado. O teste de Daiane, que treinava no Clube Pinheiros, apontou a presença da substância proibida furosemida, usada para controlar o peso (diurético). No dia 30 de outubro, o resultado foi divulgado e o caso repercutiu imediatamente em todo o Brasil.
Na ocasião, o coordenador da ginástica do Pinheiros, Raimundo Blanco, admitiu estranheza sobre a possibilidade de Daiane ter utilizado uma substância proibida. "Não entendo. Ela não teria motivo para usar essa substância pois está em fase de recuperação, sem estar competindo", limitou-se a dizer Raimundo.
A defesa
O advogado de Daiane, Cristiano Caus, pretendia absolver sua cliente baseado no artigo 10.4 das normas antidoping da entidade máxima da ginástica mundial. O argumento foi que a atleta teria feito uso de um remédio com substância proibida (no caso a furosemida) "em um tratamento estético, e não para ter vantagem nas competições".
Daiane dos Santos foi campeã na prova do solo no Mundial de Anahein, em 2003, nos Estados Unidos. A última participação da atleta em competições oficiais aconteceu no dia 16 de agosto de 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim.
O que diz o artigo 10.4
A eliminação ou redução de um período de suspensão pode ocorrer caso o ginasta prove que a substância encontrada não era para ganhos esportivos ou para mascarar o uso de outras substâncias. Caso obtenha sucesso, a punição pode ser apenas uma advertência. Tal recurso só é possível quando o atleta é flagrado pela primeira vez.
A Furosemida
A substância furosemida é um diurético proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada, em inglês), pois a mesma pode ser utilizada para mascarar o consumo de outras substâncias dopantes. Além disso, também pode ser empregada para a redução de peso, em decorrência da perda de água no organismo