Um professor com conhecimentos de física, de química e de biologia, com capacidade de explicar para alunos do ensino fundamental os fenômenos de maneira simples e de mostrar a relação entre uma seqüência de teorias e a vida cotidiana. Essa vai ser a principal função do profissional formado pelo curso de licenciatura em ciências da natureza para o ensino fundamental, graduação oferecida pela USP Leste.O curso, que deve formar um professor "interdisciplinar", que decifre o mundo com os alunos, teve início no ano passado.De acordo com a coordenadora da graduação, Maria Cristina Motta de Toledo, o objetivo é formar um educador com visão abrangente. "O conteúdo do ensino fundamental é a ciência da natureza como um todo, não só física, química ou biologia em separado. No currículo, o aluno tem de aprender temas como água e solo, nos quais tudo é interligado", afirma.Segundo ela, a expectativa de colocação no mercado dos licenciados pela USP é boa. "Acho que esses novos professores vão ser disputados por algumas escolas." Atualmente, os docentes das disciplinas da área costumam ter uma formação específica, em biologia, química ou física, por exemplo.Maria Cristina, no entanto, afirma que a intenção não é tomar a vaga dos especialistas. "Não queremos formar profissionais para competir, o trabalho é complementar. Também é necessária a existência de profissionais com visão mais abrangente", diz.Além de lecionar, os licenciados em ciências da natureza poderão seguir para a pós-graduação. "Eles vão ser portadores de um diploma normal. Dependendo da área de interesse, deverão fazer adaptações para a pós-graduação", afirma Maria Cristina.Ela diz que o caráter experimental do curso é uma virtude da graduação. "Sabendo que é coisa nova, a equipe está montando o curso junto. Há o esforço de 60 professores e da USP", diz. "Não há motivo para ter medo do curso. Não tem por que não dar certo."TendênciasA coordenadora pedagógica do Cotuca (Colégio Técnico de Campinas) da Unicamp, Cristina Cimarelli Rubega, aponta que o que se espera do professor do futuro é a ampliação da esfera de conhecimento. "Até os anos 80, era pedido um bom domínio da área de formação. A tendência é que isso não seja mais o bastante", afirma a professora, que faz parte do GepCE (Grupo de Estudo e Pesquisa em Ciência e Ensino). "O grande segredo é conseguir fazer com que os conhecimentos sejam úteis na vida do aluno."De acordo com Cristina, a tendência dos currículos do ensino fundamental e médio no futuro é que, em vez de disciplinas, os alunos tenham "situações problemáticas". "Os estudantes vão aprender de que modo as ciências se encaixam em grandes temas, como poluição, nutrição e aquecimento global", afirma."Isso exige mudar o processo de formação do professor também. Só assim o aluno vai conseguir uma visão interdisciplinar da ciência e não a fragmentada."
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