O custo de reparação do carro após eventuais acidentes é um fator que afeta diretamente o preço do seguro. Modelos cujo conserto após colisões leves é mais simples e barato tendem a exigir menos investimento na hora de contratar a apólice --sem mencionar a economia ao pagar a oficina.
As montadoras estão de olho nessa realidade e contam com um aliado. O Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), entidade independente dedicada à pesquisa da reparação automotiva presente em mais de 20 países, tem classificado desde 2005 os veículos aqui comercializados de acordo com a facilidade e o preço do reparo.
A pedido dos fabricantes, que pagam pelo serviço, o Cesvi Brasil realiza crash-tests a baixa velocidade em modelos antes de eles serem lançados. Após a colisão, os carros vão para o conserto e é feita análise do custo e do tempo de reparação. O resultado deste estudo é um ranking, denominado CAR Group, atualmente usado como referência pelas principais seguradoras (confira o ranking no quadro acima e saiba mais sobre sua elaboração na próxima página).
"Procuramos fornecer dados técnicos para avaliar a reparabilidade e auxiliar na definição do prêmio e da franquia. Montadoras como a Volkswagen encomendam a análise de determinado lançamento e depois apresentam os dados do CAR Group às companhias de seguro antes mesmo de os veículos chegarem às concessionárias", explica o engenheiro Claudemir Rodriguez, analista técnico do Cesvi Brasil. O valor do seguro leva em conta fatores como o custo do reparo, a frequência de roubo e o perfil do condutor.
De acordo com Rodriguez, o ranking tem entre seus maiores objetivos elaborar sugestões às montadoras de forma que melhorem seus projetos. "Em batidas pequenas, muitas vezes é necessário trocar uma peça inteira, embora somente seus pontos de fixação tenham sido danificados", diz o especialista.
Segundo ele, em muitos casos o Cesvi Brasil sugere aos fabricantes o desenvolvimento de kits específicos para o reparo ou a divisão de componentes em módulos, permitindo a troca apenas das partes que sofrem danos com maior frequência.
As informações do Car Group também possibilitam melhorias estruturais e nas áreas de deformação programada, aumentando a segurança dos ocupantes do carro em caso de colisão. Rodriguez diz que muitas sugestões foram acatadas pelos fabricantes. "Dificilmente, a montadora altera um projeto já pronto para estrear por conta da nossa avaliação. Mas há casos em que foram realizadas mudanças após o lançamento, em versão posterior do carro, seguindo nossa orientação", relata o engenheiro
No ranking, é atribuída uma nota a cada automóvel avaliado, seguindo uma escala de 10 a 60 sem decimais (quanto menor o número, melhor). Os modelos são divididos em categorias para permitir a comparação entre semelhantes. Cada par de dígitos corresponde a uma faixa de preço em reais relativa à reparação --o Cesvi Brasil não forneceu os valores dessas faixas, alegando acordo de confidencialidade com as montadoras, suas clientes.
O cálculo da nota leva em conta, entre outros fatores, uma cesta de peças cujo preço é informado pelas montadoras. Claudemir Rodriguez salienta que, após o lançamento do automóvel, o Cesvi Brasil confere as cotações nas concessionárias para garantir que os valores previamente fornecidos correspondam à realidade do mercado. A relação de peças também ajuda a identificar quais têm maior risco de danos em batidas.
O CAR Group é atualizado anualmente, sempre no mês de fevereiro, seguindo a variação do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). Ao longo do ano, o ranking vai incorporando os novos modelos. Fazem parte da lista somente veículos em fabricação.
A reportagem questionou o Cesvi Brasil se a atualização do ranking somente uma vez a cada 12 meses não causaria distorções. Perguntamos se, em eventual alta nos preços de peças e serviços, um modelo recém-incluído na lista poderia ficar em desvantagem em relação a outro, avaliado antes do aumento. Rodriguez nega. "Até hoje, nenhum reajuste foi suficiente para alterar a nota."
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