A Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados) pode ser alvo de auditoria independente para apuração do valor real em dívidas e respectivas origens. Criada em 2014 para administrar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida, ela esteve sob intervenção do Poder Executivo municipal por mais de um ano, entre junho de 2019 e setembro de 2020, em decorrência de crise financeira e administrativa agravada por dívidas originalmente superiores a R$ 21 milhões.
A possibilidade de auditar as contas foi discutida pelo Conselho Curador no dia 19 de janeiro. Conforme a ata dessa reunião, publicada no Diário Oficial do Município de terça-feira (26), foi deliberado que antes de decidirem sobre a contratação, os conselheiros vão analisar os documentos dos quais já dispõe.
Atual presidente, Everaldo Leite Dias destacou ter constatado em diversas atas de reuniões que há quatro anos não é apresentada para análise e aprovação a prestação de contas da Fundação, conforme preceitua o artigo 22, XII do Decreto nº 1.072 de 14 de maio de 2014. “Muito se fala em dívidas da Funsaud, mas não é possível mensurar o número real deste fato”, pontuou o conselheiro, conforme a ata.
Ainda segundo essa publicação, a conselheira Maria Piva Fujino sugeriu a análise de um levantamento minucioso do relatório de auditoria nº 34, realizado pelo Componente Municipal de Auditoria do Município, “uma vez que o mesmo pode dar subsídio para possíveis decisões” do conselho.
Também foi relatado que o conselheiro Wando Capistana da Silva informou estar em andamento uma auditoria do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), ainda não finalizada, possivelmente útil para o estudo.
Ele acrescentou que “a Secretaria Municipal de Saúde possui uma equipe técnica de profissionais de carreira que podem auxiliar este trabalho, juntamente com o Controle Interno da própria Funsaud, a qual conta, também, com profissionais de carreira, e muito podem contribuir tecnicamente para tais fins”.
Por fim, os conselheiros deliberaram, por maioria, suspender o debate até que haja a análise dos relatórios já disponíveis. Findado esse trabalho, deve ser convocada reunião extraordinária para decidir sobre a necessidade da contratação de auditoria externa independente.