A confusão ocorrida no começo desta tarde entre Iguatemi e Japorã teria envolvido cerca de 200 índios, inclusive idosos e crianças, e pelo menos 100 fazendeiros, funcionários e familiares. O confronto físico teria durado cerca de 10 minutos, com feridos dos dois lados, e depois seguiu-se uma longa discussão sobre quem tinha a posse da terra. Houve ameaças.Os índios estavam armados com pedaços de pau, lanças e foices. Do lado dos fazendeiros havia pelo menos duas pessoas armadas e também teriam sido utilizadas pás. Pelo menos um índio ficou ferido na cabeça com um golpe de pá.A confusão começou quando os índios foram à estrada que liga Japorã a Iguatemi para verificar um foco de incêndio que teria sido causado pelo grupo dos fazendeiros. Com a aproximação de cerca de 200 índios, uma pessoa efetuou disparos de revólver. Em vez de recuar, indígenas atacaram. Os idosos e crianças foram à frente.Após agressões físicas, houve discussão. Os índios batiam foices no chão defendendo as áreas ocupadas como sendo terra deles. São 14 fazendas nestas condições. Ontem venceu o prazo estabelecido pela Justiça para que as fazendas fossem liberadas pela Funai (Fundação Nacional do Índio).A ponte sobre o rio Iguatemi, que limita as cidades, acabou sendo a divisora dos grupos. Com a chegada da PM (Polícia Militar), acionada pela equipe de reportagem do Campo Grande News, que está no local, os grupos foram separados. Há cinco policiais no local. A Polícia Federal também foi acionada. Filha do dono de uma das áreas ocupadas, Ilmara Assis, de 29 anos, presenciou tudo e criticou a atitude dos indígenas. Disse que eles faziam um Carnaval e que tudo estava permitido no País. Ela disse ainda que os índios pareciam bandidos do Rio de Janeiro. Outro que estava no grupo dos produtores, Nilson Alves, questionou a existência de índios paraguaios no grupo. Já os índios dizem que não são brasileiros ou paraguaios, são apenas indígenas.