Uma semana após Plutão ter sido rebaixado de sua condição de planeta integrante do sistema solar, astrônomos rebeldes iniciaram uma contra-ofensiva para que ele recupere seu status perdido. Uma petição assinada por mais de 300 cientistas - que trabalham quase que exclusivamente em organismos americanos - circula na comunidade astronômica, atacando a decisão tomada na quinta-feira passada pela União Astronômica Internacional (UAI) de retirar de Plutão sua qualidade de nono planeta do sistema solar, relegado à condição de "planeta anão". "Como planetólogos e astrônomos, não estamos de acordo com a definição de planeta da UAI e não a utilizaremos. Uma decisão melhor é necessária", ressalta o texto, que pode ser consultado na internet (http://www.ipetitions.com/petition/planetprotest). O organizador da contra-ofensiva, Mark Sykes, que dirige o Instituto de Ciências Planetárias em Tucson (Arizona), ressalta que a nova definição "não corresponde aos critérios científicos fundamentais e deveria ser descartada". "Um processo mais aberto, envolvendo uma análise mais aprofundada de nosso próprio sistema solar e de outros sistemas, deveria ser realizada", afirma. A revista científica britânica ’New Scientist’ anuncia em seu site da internet que os rebeldes devem organizar uma conferência até a metade do próximo ano para alterar a definição oficial dos planetas. Um outro cientista envolvido nesta iniciativa é Alan Stern, diretor da missão New Horizons de exploração de Plutão. Esta sonda automática, lançada em janeiro, transporta uma parte das cinzas de Clyde Tombaugh, o astrônomo americano que descobriu Plutão em 1930. Apenas os astrônomos fisicamente presentes no encerramento da assembléia geral de Praga puderam participar votando a respeito da definição de um planeta e Stern afirma que não eram mais de 428, em um total de cerca de 10.000 associados à UAI. Ele afirma que os protestantes recolheram em alguns dias um número de assinaturas praticamente equivalente.