Que fique bem claro para início de conversa: Não se pode levar em conta a postura da presidente Dilma ao anunciar a aplicação de multa máxima à empresa mineradora de Mariana. Apenas uma declaração emocional sem respaldo técnico e jurídico.
É que neste país sem memória, as tragédias, a exemplo dos escândalos, são rapidamente esquecidas por razões diversas. No presente caso, a matança de Paris parece ter sensibilizado muito mais a opinião pública brasileira do que o rompimento da barragem de Mariana e as consequências no Rio Doce. Só porque Paris é mais chic?
Mas aqui é oportuno lembrar de outras tragédias no mundo contra o meio ambiente. Em 1989 a petrolífera Exxon derramou 11milhões de galões de óleo no mar do Alaska e os estragos foram imensos. Mas o Estado se fez presente de forma rápida e eficiente, com a empresa sendo condenada a pagar pesada multa compensatória que abalou inclusive seu patrimônio.
Em 2010 outro desastre ocorreu no Golfo do México, na plataforma da British Petroleum, com 4 milhões de barris contaminando as águas marinhas. Nos dois casos, além das multas, a justiça sentenciou que as empresas teriam que cumprir um extenso programa de recuperação nas áreas atingidas.
Mas não há como não ligar essa tragédia de Minas Gerais aos riscos oferecidos pelas usinas de álcool e de açúcar de cana ao meio ambiente de nosso Estado. Será que elas efetivamente estão cumprindo com as normas para evitar vazamentos de produtos tóxicos? Será que a fiscalização tem sido eficiente e contínua? Tenho mais dúvidas do que certezas. A mesma preocupação vale para a indústria do papel celulose, em expansão em nosso território.
Se não bastasse esse dois exemplos, não se pode menosprezar os riscos que representam essas usinas hidrelétricas construídas em rios de porte menor. Quem garante que a longo prazo não trarão prejuízos ao meio ambiente e ao bioma destas águas? Aliás, já se questiona as dificuldades dos peixes para superar as barreiras das usinas na busca das águas das cabeceiras ou nascentes para a desova anual.
É bom que o Governo Estadual e os deputados aproveitem o episódio de Mariana para se evitar prejuízos ao nosso eco sistema. Afinal, o lucro financeiro dos investimentos empresariais não pode ser mais importante do que a preservação do meio ambiente.
A natureza agradece.
De leve...
Jornalista*
Deixe seu Comentário
Leia Também
IFMS divulga resultado de seleção para cursos a distância em dez municípios
LEGISLATIVOComissão de juristas vai revisar legislação sobre racismo
BRASILVacinas da Índia devem chegar no fim da tarde de amanhã ao Rio

Onça resgatada em incêndio do Pantanal é devolvida à natureza
Vestibular Uems oferta 40 vagas em Mundo Novo
Importação de insumo de vacinas é questão burocrática, diz Bolsonaro
UNIVERSIDADEUFGD forma novos médicos em cerimônia remota nesta sexta
CÂMARA DOS DEPUTADOSProposta obriga cidades turísticas a oferecerem acesso à praia para pessoas com deficiência
MATO GROSSO DO SULGoverno do Estado e MPMS alinham estratégias de fiscalização no combate a Covid
PANDEMIACovid-19: mortes somam 214,1 mil e casos, 8,69 milhões
Mais Lidas

Promotor vê preconceito em comentários contra vacina para índios e denuncia à PF

Mulher é presa acusada de dar cobertura para assaltantes que rendiam família

Enfermeiro de 50 anos é primeiro vacinado contra Covid-19 em Dourados
