Justiça negou o pedido de revogação da prisão preventiva do lutador Rafael Martinelli Queiroz, de 27 anos, acusado de matar um hóspede em um hotel da capital sul-mato-grossense na noite de 18 de abril. A decisão foi divulgada na quarta-feira (3) no site do Tribunal de Justiça (TJ-MS).
Segundo o G1/MS, a defesa do lutador alegou no pedido que o acusado não necessita permanecer preso por exercer atividade lícita, ter residência fixa e não possui antecedentes criminais. O parecer do Ministério Público Estadual (MP-MS) foi pelo indeferimento do pedido.
O G1 entrou em contato com a defesa do lutador, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno.
O juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete de Almeida, afirmou na decisão que até o momento não ocorreu qualquer mudança nos fatos que justifique a colocação do acusado em liberdade. Almeida destacou que o crime foi “extremamente grave e possui repercussão social muito ampla”. De acordo com o magistrado, a liberdade poderia colocar em risco a ordem pública.
Almeida ressaltou que o lutador teria praticado o crime com extrema brutalidade contra uma pessoa desconhecida. Além disso, o juiz disse que o lutador demonstrou perigo no momento da prisão quando a Polícia Militar pediu reforço policial.
O crime aconteceu em um hotel na avenida Afonso Pena, no bairro Amambaí, depois de uma discussão entre Rafael e a namorada Carla Medeiros Dias, 24 anos. Segundo a Polícia Civil, o engenheiro era vizinho de quarto, não conhecia o casal e estava na capital de Mato Grosso do Sul a trabalho.
Ainda segundo a polícia, o hóspede foi morto "de graça" pelo lutador, que entrou no apartamento da vítima a procura da namorada, que tinha fugido do quarto do casal depois de ser agredida. A defesa diz que o comportamento agressivo do lutador surpreendeu a família e amigos dele.
O lutador é acusado pelo crime de lesão corporal dolosa em relação a namorada, em situação de violência doméstica, e de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e por recurso que dificultou a defesa da vítima e crime de resistência à prisão.
A denúncia foi recebida pela Justiça no dia 14 de maio. O lutador está preso desde o dia 19 de abril, dia seguinte ao fato, e foram feitos exames psicológicos e toxicológico no acusado.