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Júri de facção terá segurança reforçada e jurados vão dormir em hotel

28 janeiro 2020 - 10h05Por Redação com TJ-MS

No dia 12 de fevereiro, cinco acusados de integrarem facção criminosa serão julgados na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande pelo homicídio de J.H. dos S.N. Os réus teriam mantido a vítima em cárcere privado e decaptado-a. O corpo foi encontrado em uma estrada vicinal no município de Terenos.

Em virtude do grande número de réus, o julgamento pode perdurar por dois ou até três dias e, por essa razão, a 2ª Vara do Tribunal do Júri já iniciou os preparativos para a realização do julgamento, que exigirá a pernoite dos jurados em um hotel reservado pelo Tribunal de Justiça, permanecendo incomunicáveis durante o período de julgamento.

Outros dois acusados foram julgados em setembro do ano passado, sendo ambos condenados.

O último julgamento com essa complexidade operacional foi no caso em que a ex-médica N.M.M. e outros funcionários de sua clínica foram acusados da prática de centenas de abortos na Capital, cujo julgamento durou dois dias consecutivos.

Segundo o Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, nos casos em que vários acusados sentam ao mesmo tempo no banco dos réus, o julgamento se prolonga demasiadamente em razão da liturgia própria das sessões, como a oitiva de testemunhas e interrogatórios.

"Além disso, o tempo destinado a fala da acusação e da defesa é ampliado, podendo chegar a 17 horas, o que torna a sessão extenuante aos operadores do direito, principalmente aos jurados", explicou.

Conforme o juiz, há mais processos envolvendo acusados de facções criminosas para serem julgados neste ano, cujos crimes são marcados por sequestro das vítimas, cárcere privado (cativeiros), seguidos de torturas por vários dias nas residências, com chamadas por videoconferência para os mandantes dos crimes que estão dentro ou fora dos presídios - crimes estes praticados por desacertos entre por facções rivais, tráfico de entorpecente, etc.

Em Campo Grande, a exemplo de outras capitais e grandes centros urbanos, cada vez mais aumenta o número de processos de crimes complexos, até então inexistentes nos tribunais do júri, com por exemplo do réu L.A.M.F., conhecido como serial killer, acusado de matar diversas pessoas nas proximidades do bairro Danúbio Azul. Restando ainda um júri a ser realizado, o réu já soma mais de 138 anos de condenação.

A segurança do Fórum será reforçada para o dia do julgamento, com início às 8 horas do dia 12 de fevereiro.

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