Os laços culturais entre o Mato Grosso do Sul e a República Tcheca são mais fortes do que muita gente supõe. Os imigrantes daquele país foram responsáveis pelo desenvolvimento de parte da região leste do Estado e deixaram um legado que, além das danças e trajes típicos, estende-se pela lingüística e até mesmo pela fundação de municípios.A história de proximidade entre o que é hoje MS e os tchecos começa na década de 20 quando o tcheco Jan Bata, passou a ocupar as terras da Companhia de Viação São Paulo Mato Grosso, na região de Bataguassu. Em 1953, o projeto de colonização do filho de Bata, Jan Antonin, tem início para resultar, 10 anos depois, na criação do município de Batayporã.O próprio nome da cidade já se encarrega de resumir o propósito de interação entre os imigrantes tchecos e os moradores da região. “Bata” é o sobrenome do pioneiro, “y” significa água e “porã”, bonito/a, em guarani. O vocábulo Batayporã, por aglutinação dos idiomas eslavo e indígena, significa algo como a “bela água do Bata”. Já Bataguassu teria “nascido” lingüisticamente como Bata y guazu , ou “a água grande do Bata”.Prefeito tcheco - As curiosidades não se resumem ao campo lingüístico. Em 1973, Batayporã passa a ter um prefeito tcheco. Jindrich Trachta foi candidato único e obteve 80% dos votos para administrar o município. A trajetória de Trachta é similar a de muitos cidadãos do leste europeu que imigraram para a América. Primeiro, enfrentou a perseguição dos alemães, que invadiram a Tchecoslováquia durante a Segunda Guerra Mundial, depois escapou dos bombardeios das esquadrilhas aliadas que expulsaram os nazistas do território tcheco. No pós-guerra, emigrou de seu país, quando este passou a integrar a zona de influência da União Soviética. Primeiro, foi parar em um campo de refugiados administrado pelos norte-americanos na porção ocidental da recém-dividida Alemanha.Ele chegou ao Brasil em 1949, passou alguns meses aprendendo português no Rio de Janeiro. Conheceu Jan Bata em maio do ano seguinte e, a convite deste, acabou chegando à região de Bataguassu, como piloto de chatas que transportavam toras pelo rio Paraná entre SP e o então Mato Grosso. Em 1954, mudou-se para a região de Batayporã, onde passou a gerir o novo projeto de colonização. Em 1963, a então fazenda Samambaia é emancipada à condição de município. Em 1969, Trachta consegue a cidadania brasileira para, em 1973, se tornar prefeito do município que ajudou a fundar.
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