Por um segundo, feche seus olhos e responda à pergunta: o que o seu irmão ou irmã significa para você? Pois é! É quase impossível a cabeça não ser invadida por lembranças, a garganta dá um nó e o peito responde ao sentimento da conexão: o amor, criado por um laço único. Afinal, não há nada como criar e compartilhar memórias e risadas com quem, desde muito cedo, temos uma cumplicidade sublime. Iara e Gustavo são exatamente assim, um elo que transcende qualquer vínculo. Até data existe para celebrar essa relação: nesta terça-feira, 5 de setembro, é comemorado o Dia do Irmão.
Iara Dandara Santana da Silva, técnica em enfermagem do Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital Unimed Campo Grande, tem no próprio nome a força, que atinge escalas altíssimas quando se escuta um trechinho de sua história. É aquela velha conversa: a gente conhece alguém, mas nunca sabemos das lutas. E Dandara nunca fugiu de uma.
Quando tinha apenas 16 anos, seu irmão, Gustavo Pinheiro Rodrigues da Cunha, nasceu e logo de cara a história deles começou a ser escrita.
“Pouquinho tempo depois dele nascer, quando completou seis meses, descobrimos uma condição, na qual ele precisava de terapias para fortalecer as pernas. No mesmo momento minha mãe descobria uma doença. Foi um período em que eu precisei ter o cuidado voltado totalmente para ele”, lembrou a irmã.
E assim foi, até o 'bonitinho', como é carinhosamente chamado por Iara, completar quatro anos, era ela que o levava nas terapias e tinha a responsabilidade de cuidá-lo, fazendo com que durante esse período o menino a chamasse de mãe.
“Passávamos basicamente todo tempo juntos, então esse laço foi estreitado. Inclusive houve um bom tempo que o Gustavo me chamava de mãe. Ele sempre soube que minha mãe era a mãe dele, mas nossa conexão era essa, ficávamos muito tempo juntos. Neste intervalo eu cheguei a mudar de casa, mas tinha a ‘guarda compartilhada’, já que aos fins de semana ele ficava comigo. Hoje moramos juntos novamente e permanecemos nessa parceria”, completou.
E o que começou como terapia, agora é encarado por Gustavo com muita determinação. O jovem pegou gosto e hoje participa de diversas competições de natação, até fora do estado, colecionando dezenas de medalhas.
A irmã coruja é só orgulho e diz que estamos diante de um futuro representante do nosso país. “Ver a evolução do Gustavo no esporte é algo bem tocante para mim, porque é ver a criancinha que começou tudo isso com apenas seis meses, fazendo terapia para fortalecer a musculatura, aí, competindo, virando um atleta, que eu acredito que é um futuro atleta paralímpico representando o Brasil”.
A torcida é tão grande que vale até cartaz na recepção do campeão. “Na última competição ele ganhou três medalhas de ouro e foi fora de Campo Grande, então pensei em fazer um cartaz de folha sulfite para recepciona-lo. Foi até engraçado, porque eu fui achando que tinha feito ‘o’ cartaz, mas chegando lá tinham pessoas com faixas bem produzidas. Quando ele chegou e viu toda a recepção foi aquela choradeira”.
A proximidade entre os dois é tanta que basta um contato para perceber que se parecem muito, inclusive há quem diga que, de fato, podem ser confundidos com mãe e filho. “Os que nos conhecem dizem que era para ele ser meu filho, porque é a mesma personalidade”, disse a técnica em enfermagem.
Pensar em qual a parte mais legal de ter a Iara como irmã faz com que as palavras até fujam de Gustavo, tamanha é a admiração que ele tem por ela. Apesar de poucas palavras, o menino é uma enxurrada de sentimentos, que ficam muito claros pela forma que olha para irmã e se emociona ao falar dela.
“A parte mais legal de ter a Dandara como irmã é tudo, é quando passamos juntos. Gosto quando ela faz bolo para mim também, eu como aquilo que fico feliz. É muito legal também ver minha irmã torcendo por mim nas minhas competições. Eu gosto demais dela. Não quero que essa amizade acabe, porque eu a amo”, relatou Gustavo.
O fato é que perto ou longe, mais novo ou velho, sendo criança ou adulto, protegemos nossos irmãos com todas as forças. Eles são um dos elos mais fortes que podemos ter durante a nossa vida. E quando o assunto é o que o irmão representa em sua vida, Iara é categórica: “tenho nele uma grande parceria, ele não é meu filho, mas é como se fosse. Temos muito em comum e quando vejo que ele gosta de algo, tento sempre proporcionar. Tenho orgulho e admiração pela determinação dele. Espero que ao longo dos anos a gente só fortaleça essa relação”, finalizou.
Iara e o irmão Gustavo; ela se tornou 'mãe' dele durante a infância - Foto: Divulgação
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