A Agrotec 2024, maior semana acadêmica das agrárias no Mato Grosso do Sul, reuniu acadêmicos e profissionais para discutir as inovações e desafios do agronegócio. O evento, promovido pelos cursos de Agronomia e Tecnologia em Produção Agrícola da Unigran, trouxe uma série de visitas técnicas, palestras e minicursos voltados à sustentabilidade e produtividade no campo.
O destaque da programação foi a palestra de André Figueiredo Dobashi, que abordou o tema ‘A Agricultura de Carbono no Brasil’.
Durante sua apresentação, o engenheiro agrônomo explicou que o termo "Agricultura de Carbono" é, na realidade, uma forma de descrever o sistema de plantio direto consolidado. "A agricultura de carbono nada mais é do que o sistema de plantio direto efetivamente consolidado. A importância dela está na pegada da sustentabilidade, com o desafio de fixar carbono no solo, tirá-lo da atmosfera e, principalmente, aumentar a fertilidade dos solos gerando alimentos a partir disso", explicou.
Dobashi destacou que um dos maiores desafios para a agricultura de carbono no Brasil é o clima tropical, que pode dificultar a fixação de carbono no solo. "O desafio, no clima tropical como o do Brasil, é conseguir fixar mais carbono do que emitimos, ajudando assim a mitigar os gases de efeito estufa", disse o palestrante.
Ele também ressaltou as principais técnicas e tecnologias utilizadas para promover a captura de carbono, como a diversificação de cultivos, o não revolvimento do solo e o incentivo à atividade microbiológica. "Esses três pilares – diversificação de cultivos, não revolvimento e alta atividade microbiológica – são o que garantem a eficiência do sistema", destacou.
A importância de trazer esse tema para o debate acadêmico também foi um ponto crucial da palestra. Dobashi ressaltou que a educação é a chave para garantir que os futuros profissionais estejam preparados para aplicar técnicas sustentáveis no campo. "A educação é o que muda todos os caminhos da humanidade. Ao colocar esses alunos no trilho certo do conhecimento, eles serão capazes de implementar a agricultura de carbono de maneira eficaz, construindo uma base sólida de sustentabilidade", afirmou.
Segundo o palestrante, os acadêmicos de Agronomia e Produção Agrícola têm um papel fundamental na construção de um futuro mais sustentável para o Brasil, tanto na produção de alimentos quanto na preservação do meio ambiente. "Ao fazer uma rotação de cultivos, não revolver o solo e aumentar a matéria orgânica, esses futuros profissionais ajudarão o Brasil a ser reconhecido não só como o maior produtor de alimentos do mundo, mas também como o mais sustentável", concluiu Dobashi.
A programação da Agrotec 2024 deixou uma marca importante nos participantes. As discussões e aprendizados sobre a diversidade produtiva e as práticas conservacionistas mostraram que o agronegócio brasileiro tem grandes oportunidades para crescer de forma sustentável, com a agricultura de carbono sendo uma peça fundamental nessa evolução.