A lista dos arruaceiros das arquibancadas deixou as portas dos estádios e chegou à internet.A CBF decidiu publicar em seu site a relação dos torcedores que estão impedidos pela Justiça de ir a jogos do Campeonato Brasileiro.Por ora, a lista só inclui frequentadores do Maracanã. O motivo: o estádio do Rio de Janeiro é o único do país a ter implantado um Juizado Especial Criminal, como prevê o Estatuto do Torcedor.Em funcionamento desde março, o posto avançado do 8º Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Tribunal de Justiça do Rio já puniu 167 torcedores, que estão impedidos de entrar nos estádios de todo o país até o fim do torneio.Pessoas detidas com armas e cambistas flagrados pela polícia também receberam a punição."A CBF resolveu publicar a lista dos torcedores arruaceiros porque essa é também uma das obrigações do Estatuto do Torcedor. Vamos atualizar a lista em nosso site sempre que o Jecrim nos comunicar sobre novas punições", disse Virgílio Elísio, diretor do Departamento Técnico da CBF, que quer estreitar os laços da entidade com o Jecrim --que tem poder de julgar casos em que as penas cheguem a até dois anos.O Estatuto não prevê a publicação da lista na internet. Ordena apenas que a relação seja afixada nas entradas de todos os estádios."A lei nos confere o poder de agilizar as punições. A intenção é proteger o torcedor, que vai ao estádio para se divertir. A violência já diminuiu muito", explicou o juiz Murilo Kieling, responsável pelo Jecrim do Maracanã.Para que a punição não seja burlada pelo torcedor, a sentença do juizado especial determina que o penalizado se apresente na delegacia mais próxima de sua casa 15 minutos antes do início dos jogos realizados no Maracanã. Caso descumpra a determinação e seja detido próximo ao estádio, o torcedor poderá ser proibido de entrar no estádio por até cinco anos.O órgão também impõe outras penas. Alguns são obrigados a pagar cestas básicas para instituições ou realizar trabalhos comunitários, pena aplicada ao único torcedor paulista punido até aqui.Joseli Moreira Guimarães foi detido durante uma briga antes de Flamengo x Sport, em maio. O juiz o obrigou a prestar serviços à comunidade por três meses.Apesar de pioneiro, o juizado só funciona em jogos com mais de 10 mil pessoas --neste ano, foi aberto 12 vezes. O órgão opera ao lado de um posto da 18ª DP, que conta com delegado, inspetores, peritos e legistas. Só depois de passarem pela delegacia é que os torcedores são encaminhados para o Jecrim, onde trabalham um defensor público, um promotor e um juiz."Quase todos os detidos concordam com as penas, que são alternativas. Além disso, elas não têm o peso de uma sentença condenatória. No momento em que o punido a aceita, o processo é extinto. Ele é obrigado a cumprir a pena até o fim, mas não fica com a ficha suja", disse Kieling, que se inspira no Estatuto do Torcedor para punir os torcedores."Demoramos cinco Copas para compreender que o artista do futebol é o torcedor. Vamos ajudá-lo sempre que der", disse o juiz.A CBF apóia a iniciativa. "Estamos nos estruturando para adaptar o site. E revelar os torcedores proibidos de entrar nos estádios é muito importante", disse o diretor do departamento técnico.
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