A proibição dos shows musicais em comícios eleitorais, os chamados showmícios, provocou uma mudança de foco nas campanhas à Presidência. De acordo com a segunda prestação parcial de contas, apresentada esta semana ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), três dos quatro principais candidatos ao Palácio do Planalto declararam ter gasto R$ 0,00 com comícios.» Gastos com TV lideram custos de campanhas Apenas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, investiu neste tipo de evento. Foram gastos R$ 169,8 mil na promoção de comícios, como os que Lula participou ontem à noite em Santa Maria (RS) e no início da semana na Ceilândia, em Brasília. Mas é pouco se comparado ao valor gasto com aquela que ainda é considerada a principal estratégia de campanha por todos os candidatos: os programas eleitorais. Apenas Lula gastou R$ 2,7 milhões na produção da sua propaganda, do total de R$ 22,3 milhões arrecadados. Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (Psol) e Cristovam Buarque (PDT) não realizaram comícios. Em compensação, a maior despesa de campanha do tucano foi também com os programas eleitorais, nada menos do que R$ 8,6 milhões. Outros R$ 300 mil foram investidos na página do candidato na Internet. O candidato do PDT aplicou quase metade dos seus recursos na propaganda no rádio e TV. Dos R$ 950 mil arrecadados, R$ 460 mil foram gastos com a produção dos programas de Cristovam Buarque. A senadora Heloísa Helena, que declarou receita de apenas R$ 62 mil, fez mais: gastou dois terços da sua arrecadação, R$ 45 mil, com a propaganda para os eleitores.Caracterizados pela participação de músicos populares, os showmícios foram proibidos este ano pela minirreforma eleitoral com o objetivo de diminuir os custos de campanha. Os comícios, que continuam liberados, permitem apenas a presença de candidatos e correligionários nos palanques.