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Titanic brasileiro tem história contada em documentário

24 dezembro 2009 - 17h38

Imagine uma madrugada de Carnaval no Litoral Norte de São Paulo em que corpos começassem a aparecer nas praias, trazidos pela correnteza e ondas do mar. Bem poderia ser este um roteiro de filme de terror. Mas não é. Trata-se de uma história verídica contada pelo documentário Naufrágio - Mistério e morte na catástrofe do Príncipe de Astúrias, de Eduardo Sallouti. O filme, que estreia nesta sexta-feira (25), apenas na cidade de São Paulo, remonta a trajetória do maior naufrágio da história do Brasil. E o Terra traz, com exclusividade, um vídeo com o making of do filme.

Em 1916, o navio afundou no litoral de Ilha Bela matando cerca de 1200 pessoas. Luxuosa, a gigantesca embarcação estava repleta de famílias nobres, além de sua imensa tripulação. A densa neblina no mar do Atlântico, um desvio de bússola e o choque com as pedras deram cor e números à tragédia. Centenas de pessoas afundaram junto com o navio naquela madrugada de quase um século atrás.

É verdade que a história lembra aquele filme do cinema. Contudo, o famoso Titanic afundou quatro anos antes e os fatos acima remontam um roteiro que ainda não foi às telas. O Príncipe de Astúrias deixou Barcelona com direção a Recife e afundou em Ilha Bela, quando se dirigia ao porto de Santos.

"As coincidências com o Titanic são realmente impressionantes. Acredito que até pela proximidade das datas, quatro anos depois, a história do Príncipe de Astúrias não tenha chamado tanto a atenção na época", disse Edu Sallouti. O lendário Titanic afundou em 1912, matando 1523 pessoas. Já o transatlântico espanhol que Sallouti resgatou em seu documentário naufragou em 1916, como foi dito, nas águas do Litoral Norte de São Paulo. Pouco conhecida, a história e o filme poderão ser vistos na última semana de dezembro, a partir do dia 25, em uma única sala no Reserva Cultural (Avenida Paulista, 900).

Causas do naufrágio Segundo o diretor, fica difícil precisar a verdadeira causa da tragédia. Especula-se um torpedo vindo de um navio alemão, um choque com um navio inglês e até uma sabotagem, com bombas no interior do navio. Mas, a causa mais provável é que o Príncipe de Astúrias tenha se chocado com pedras, por um erro de seu capitão ou por um problema na bússola.

"Os indícios apontam mais para essa causa, sem dúvida", disse Edu Sallouti, que estudou e pesquisou a história da embarcação por 6 anos. O que é certo é que o barco afundou muito rápido. Oficialmente, 460 pessoas foram mortas. Mas, seu número mais provável conta aproximadas 1200 mortes. "É sabido que foram aproximadamente 1200 vítimas, a tripulação na sala de máquinas era imensa. Há ainda relatos bizarros de corpos saqueados por caiçaras nas praias que jamais foram encontrados", completa o diretor.

Corpos dourados Trazidos pela maré e aparecendo nas praias de Ubatuba, os cadáveres protagonizaram uma das passagens mais dantescas desta história. Muitos caiçaras, pescadores locais, percebendo a riqueza que acompanhava os passageiros mortos, começaram a saquear os corpos ali mesmo na areia da praia. Dedos, com anéis e jóias, foram cortados. Corpos foram mutilados, desenterrados, lavados, e enterrados novamente.

"É bizarro, mas é verdade. Além dos relatos da época, alguns corpos encontrados posteriormente confirmaram isso. Mas, talvez, mais assustador que isso seja o fato de que onze toneladas de ouro podem ainda estar lá. Isso porque esse ouro embarcou junto com os judeus, que eram maioria como passageiros. Onze toneladas de ouro soldado e escondido na superestrutura do navio. Estamos falando de cerca de 1,4 milhões de libras, que possivelmente ainda estejam no fundo do mar até hoje", contou Sallouti.

Até hoje? O maior desafio é que as condições para um resgate minucioso no transatlântico são muito adversas. O mar é revolto, mas tem-se conhecimento de que muitos piratas já efetuaram algumas buscas lá embaixo - e apenas eles sabem o que encontraram.

Edu Sallouti ouviu para o documentário um mergulhador que já tem mais de 400 incursões na embarcação. "Ele é quase um legista, sabe muito bem como está lá no fundo". Mais que isso, sua lista de principais fontes conta com um capitão da marinha, um historiador, além de filhos e netos dos sobreviventes.

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