O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), apresentou nesta segunda-feira, dia 07 de outubro, relatório que abre caminho para a votação do nome do economista Gabriel Galípolo, para o cargo de presidente do BC (Banco Central), no lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato termina no fim deste ano.
Galípolo, que ocupa atualmente o posto de diretor de Política Monetária do órgão, foi indicado em agosto para o comando do BC, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O economista só será efetivado, em 2025, se passar pelo crivo dos senadores. A expectativa dos líderes é que o nome seja aprovado com folga.
A sabatina acontecerá nesta terça-feira (8) na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Em seguida, está prevista a deliberação da indicação pelo plenário do Senado. O nome é aprovado se receber a maioria dos votos dos presentes na sessão- maioria simples. A votação é secreta.
A sabatina serve para que os senadores avaliem a capacidade técnica e a isenção do indicado para assumir o posto. Na reunião, os parlamentares devem questionar Galípolo sobre como ele vai trabalhar para combater a inflação e se tomará decisões de forma independente ou influenciado pelo Palácio do Planalto.
De acordo com o parecer do relator Jaques Wagner, o economista tem as condições necessárias para concorrer a vaga e, obviamente, ser avaliado pelo Senado. Segundo o parecer, Galípolo declarou não possuir familiares em cargos públicos relacionados à atividade do BC, não ser sócio de empresas nem responder por processos na Justiça.
"O seu currículo revela o alto nível de qualificação profissional, a sua larga experiência em cargos públicos e a sua sólida formação acadêmica, com a devida capacitação em assuntos econômico-financeiros. Esta comissão fica, desta forma, em condições de deliberar sobre a indicação do senhor Gabriel Muricca Galípolo para ser conduzido ao cargo de presidente do Banco Central do Brasil", diz o documento.
O economista atuou na campanha de Lula à Presidência da República e na equipe de transição de governo. Ele substituiu Campos Neto durante as férias, em julho. É formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Desde que assumiu, o presidente faz sucessivas críticas a Campos Neto, chegou a chamá-lo de "adversário" por conta da desvalorização do real frente ao dólar.
O atual presidente do BC foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na gestão passada.
O Banco Central tem autonomia do governo. Desta forma, quem comanda o órgão, mesmo sendo indicado pelo presidente da República, assim como os diretores da instituição, cumprem mandatos. É tarefa do BC garantir estabilidade do sistema financeiro, amenizando a variação dos preços e da taxa de desemprego.