A Polícia Civil de Minas Gerais abriu um inquérito contra a empresa 123 Milhas e os donos. O inquérito reúne mais de 150 registros de ocorrência encaminhados à Delegacia de Defesa do Consumidor em Belo Horizonte. Desde a semana passada, a polícia investiga se a 123 Milhas se beneficiou ao, supostamente, vender passagens promocionais com antecedência e em quantidades maiores do que a disponibilidade dos voos; e também apura se a empresa cometeu crimes com a suspensão da emissão dos bilhetes e da utilização dos vouchers que havia oferecido aos clientes.
“Poderiam incorrer em um crime contra economia popular, supostamente até uma pirâmide financeira; um crime contra a relação de consumo; ou até mesmo um estelionato. Angariar através, no caso da empresa, através da publicidade em massa, vários clientes, mesmo sabendo que seria muito difícil arcar com o compromisso contratual no prazo estendido que eles deram”, diz a delegada Elyenni Célida da Silva.
Nesta segunda-feira, dia 04 de setembro, a Polícia Civil de Minas Gerais começou a ouvir consumidores prejudicados pela 123 Milhas. Ainda em setembro, os investigadores devem intimar testemunhas e representantes da empresa.
O Ministério Público de Minas Gerais investiga a 123 Milhas desde o início de 2023, pela promessa de reembolso por meio de voucher e não com a devolução do dinheiro. O MP também entrou com uma ação civil pública para que os consumidores sejam ressarcidos pelos prejuízos.
“Eventualmente, a gente pode ter situações de erro da empresa, mas também podemos ter situações de fraude. E a questão da desestruturação me pareceu muito clara, a partir do momento que a gente via uma desconformidade do modelo de negócio, que acabou culminando com a suspensão da linha ‘promo’ por parte da própria empresa”, afirma o promotor Fernando Abreu.
Clientes da 123 Milhas com reservas confirmadas dizem que não estão conseguindo embarcar, nem ter acesso à hospedagem
Justiça aceita pedido de recuperação judicial da 123 Milhas; pagamentos aos clientes estão suspensos pelos próximos 6 meses
A funcionária pública Maria Silva dos Santos juntou dinheiro por três anos para comprar uma viagem para Lisboa. Com a passagem cancelada pela 123 Milhas, decidiu pagar cinco vezes mais.
“Eu fiquei muito, muito decepcionada. Eu não quero deixar de realizar a minha vontade, porque é uma coisa que eu permiti para mim mesma, eu lutei para isso. Eu vou para a Europa”, diz.
A 123 Milhas afirmou que, mesmo com a recuperação judicial, segue em tratativas com o Ministério Público, a Senacon e diversos Procons para chegar a um acordo com consumidores, fornecedores e parceiros. A empresa e os sócios reafirmam que jamais agiram de má fé e que permanecem fornecendo esclarecimentos às autoridades.
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