Depois de travar grande luta para reeleger-se, o polêmico presidente Hugo Chávez está impossibilitado de comparecer à solenidade de posse, marcada para está quinta-feira, 10 de janeiro. Os venezuelanos nem sabem se o governante voltará vivo de Cuba, onde submeteu-se a nova cirurgia para extirpar o câncer da região pélvica. Seus correligionários disputam a definição de quem assumirá o governo – o vice-presidente ou o presidente do parlamento – e a oposição força por novas eleições. O país corre o risco de mergulhar num grave impasse institucional.
Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner enfrenta problemas. Ao mesmo momento em que procura implementar a lei com que pretende controlar os meios de comunicação e luta para manter o equilíbrio da economia, é alvo de manifestações populares, inclusive do panelaço que, anos atrás, já derrubou um presidente portenho. O Paraguai se prepara para realizar eleições depois de, no ano passado, derrubar o presidente Lugo e sofrer retaliação dos vizinhos no âmbito do Mercosul. A Bolívia acaba de nacionalizar empreendimentos estrangeiros, a exemplo do que fez, há alguns anos, com as instalações da brasileira Petrobrás. A Colômbia procura costurar o acordo para a deposição das armas das FARC (Forças Armadas Revolucionárias). Isso sem falar em problemas entre vizinhos como a instalação da fábrica de celulose no Uruguai questionada pela Argentina e até o velho desejo boliviano de uma saída para o mar.
A América do Sul, palco de sanguinárias ditaduras nas décadas passadas e ambiente de discutíveis políticas e inspiração cubana nos últimos tempos, parece estar virando mais um ciclo. Provavelmente caminhe para políticas mais sustentáveis e integradas ao restante do mundo, até como resultado da globalização hoje inexoravelmente instalada. Foram-se os ditadores, vão se enfraquecendo os caricatos e poderemos entrar num novo tempo.
O Brasil, como maior extensão territorial e economia do continente, reúne requisitos básicos para assumir uma posição de liderança regional. Mas, para isso, também precisa livrar-se das caricaturas e principalmente do regime de compadrio e de impunidade aqui vigente. Em vez de sair distribuindo o dinheiro nacional para obras políticas dos vizinhos esquerdizantes, é preciso adotar uma posição mais madura e equilibrada. Tem de seguir na trilha agora inaugurada pelo STF, de punir os errantes, fazer a mais ampla faxina nos escaninhos do poder para deles retirar os incompetentes e, principalmente, os desonestos. E encontrar mecanismos para o cumprimento das obrigações estatais, especialmente a educação, a saúde, o trabalho e a segurança pública. Só depois dessa profilaxia básica é que poderemos reivindicar algum tipo de hegemonia continental. Do contrário, teremos de continuar aturando as esquisitices dos vizinhos que, embora nos cortejem, na maioria das vezes, querem nos apunhalar pelas costas...
(*)Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
aspomilpm@terra.com.br
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