A exposição Flávio Cerqueira - Um Escultor de Significados é a estreia do artista no Rio de Janeiro em uma grande mostra individual.Aberta ao público até 18 de janeiro de 2026, com entrada gratuita e classificação livre, a exposição está montada no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ), no centro da cidade. A mostra encerra a turnê já vista por mais de 216 mil pessoas nos CCBBs de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.

A apresentação celebra 16 anos de carreira de Flávio Cerqueira e reúne mais de 40 obras, entre elas três inéditas, produzidas depois da temporada em São Paulo. Uma característica do trabalho do artista é que as obras são feitas em bronze, material geralmente usado para esculturas de figuras públicas, mas que, na arte de Flávio, é usado para retratar pessoas comuns da sociedade.
“Eu uso esse material que é nobre e perene para retratar o cidadão comum e as situações do dia a dia”, disse Flávio Cerqueira em entrevista à Agência Brasil.
A família de Flávio, que cresceu em São Paulo, não tinha o hábito de frequentar exposições e foi por meio da observação do dia a dia das pessoas que ele identificou a fonte de inspiração para os seus trabalhos. Para o artista, o seu trabalho fala de várias coisas, como humanidade, amor e sentimento em diversas narrativas. “A exposição é um panorama de situações que são identificadas por qualquer pessoa comum, porque a escultura em bronze estava a serviço de retratar reis, rainhas, momentos históricos e eu falo de situações do dia a dia”, contou.
“É uma crônica da sociedade que eu vivo, desenvolvida a partir de 2009, quando começo a produzir esculturas, até 2025, vou observando o comportamento da sociedade em cada período. Eu retrato o brasileiro do dia a dia, não retrato, rei, presidente, personalidades. Como trato com situações do cotidiano as pessoas se veem em cada uma e se identificam com o trabalho, tanto que nessa exposição do CCBB já passou de 216 mil pessoas que visitaram, sempre com essa característica de incorporar a sociedade na exposição e não excluir a população dos lugares de arte”, completou.
Para a antropóloga, historiadora e curadora da exposição, Lilia Schwarcz, as obras são muito democráticas, no sentido de fazerem o público se identificar a partir de ângulos muito diferentes. “São obras muito humanas que trazem a subjetividade de cada uma e cada um de nós, com sandálias havaianas, vinco da bermuda, dobra da camisa...", cita. "É um artista que usa de muitos recursos para que o público se identifique. É sobretudo, uma obra generosa”, destacou em entrevista à Agência Brasil.
O público que chega ao CCBB RJ pode começar a admirar o trabalho do escultor já no hall de entrada, onde há um jardim com algumas das obras de Flávio. Com isso, o artista pretende atrair visitantes que, por não terem costume de ir a espaços culturais gratuitos como o local, acabam não entrando para ver as exposições.
“As pessoas nem sempre têm a ideia de que aquilo é gratuito, e os espaços de arte gratuitos são para ser ocupados. Tenho um trabalho no hall de entrada que é um jardim, para fazer essa relação entre o passante, o transeunte que está circulando na cidade e nunca entrou. Isso eu pude observar durante a montagem das pessoas perguntando o que era ali. Tem que pagar? É de graça? A gente precisa fazer uma ponte da sociedade e o espaço de arte. A tentativa de fazer isso é com o jardim que está bem na entrada do CCBB”, informou.
“A ideia com o trabalho é que ele seja aberto e penetrável. Que as pessoas que não têm instrução artística consigam entrar e entender a exposição, que é para ver e sentir. Não precisa de um repertório prévio para isso acontecer. Então, é o cidadão comum que está passando e se relacionar com o trabalho desta forma”, afirmou.
O escultor vê uma semelhança do público de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. "É um trabalho que não tem uma bula, uma autoexplicação. A exposição se chama Flávio Cerqueira - Um Escultor de Significados. Esses significados são criados por mim, que sou o artista, e por todo mundo. Não tem uma leitura certa do meu trabalho, pode ter várias. Cada pessoa que vai visitar vai criar o seu próprio significado do trabalho que está vendo. O significado é no plural, porque os significados são os meus e das pessoas que visitam a exposição”, pontuou.
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