Metade da população ocupada do país ganha até R$ 300,00 por mês e quanto maior o nível de instrução do trabalhador, mais chances ele tem de ter um salário melhor. A constatação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no estudo sobre Trabalho e Rendimento a partir dos resultados do Censo Demográfico 2000. Segundo o Instituto, o nível dos rendimentos de trabalho mostra relação sensível com o grau de instrução que as pessoas alcançaram, uma vez que a elevação do nível educacional possibilita que os indivíduos tenham mais condições de se inserir no mercado de trabalho em funções que propiciem melhores remunerações. Em todas as regiões do país, o Índice de Gini, que mede a concentração dos rendimentos, foi maior na área urbana. A região Sudeste apresentou o maior rendimento mediano mensal de trabalho da população ocupada, R$ 700,00, mais do que o dobro dos trabalhadores do Nordeste, que ganhavam um rendimento mediano de R$ 302,00. Também são do Nordeste os maiores percentuais de pessoas ocupadas sem rendimento (15,6%) e recebendo até um salário mínimo (40,5%). O estudo mostra que o grupo dos escalões superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes e o dos profissionais das ciências e artes tinham os maiores rendimentos medianos mensais. No outro extremo estava o grupo dos trabalhadores agropecuários, florestais, de caça e pesca. Em todas as categorias de emprego as mulheres ganhavam menos do que os homens. As maiores defasagens foram observadas nos grupos dos profissionais das ciências e artes e dos técnicos de nível médio.