O Brasil precisa definir ainda este ano sua posição com relação aos transgênicos. Caso contrário, o prejuízo será grande no mercado externo. A avaliação é da pesquisadora da Embrapa Maria José Sampaio, que atua na área de transferência de tecnologia. "O produtor que planta soja modificada quer uma definição porque já trabalha com agricultura, que é uma atividade de risco, e não quer perder mais. Além disso, mercados como a China estão só esperando uma definição brasileira para dizer se importam ou não a soja do Brasil", observa.De acordo com Maria José, a China importa soja transgênica dos Estados Unidos porque tem a certificação do produto e sua segurança garantida pelo órgão ambiental e agrícola do país. Além disso, o produto é consumido internamente. "É isso o que eles querem de nós. Ou certificamos que é não-transgênico nosso produto, ou aprovamos legalmente o plantio e o uso interno e declaramos isso para o mercado", acrescenta.Os produtores rurais do Rio Grande do Sul também descartam a questão de mercado como um empecilho para a liberação da soja transgênica. O produtor Almir Rebelo conta que os armazéns gaúchos se esvaziam a cada safra e garante: há muitos compradores europeus, mesmo alemães, que são apontados como os mais resistentes à importação de soja transgênica. Almir Rabello também defende que a variedade transgênica plantada no Brasil seja nacional, produzida na Embrapa ou outros laboratórios estaduais. “Não queremos sementes da Argentina. Concordamos em pagar royalties, desde que saibamos se a variedade é produtiva, com qualidade e tecnologia. Também gostaríamos de discutir o valor da taxa e que ela seja aplicada a outras culturas, como o algodão”. “Faço um apelo ao presidente Lula, porque aqui no Rio Grande do Sul ninguém é contrabandista ou contraventor. Estamos passando por esta situação porque tentamos de todas as maneiras fazer com que o Brasil libere o plantio dos transgênicos. Este produto é tão importante que, no nosso município, até o MST planta sementes geneticamente modificadas, pela redução de custos e do uso de agroquímicos”, afirma o produtor. Fontes que trabalham com pesquisa e plantio, mas preferem não se identificar, lançam suspeita sobre um outro fator de mercado que pode estar relacionado à polêmica dos transgênicos. "A maioria dos herbicidas usado no plantio convencional é produzida por empresas de agrotóxicos européias", relatam. Istael Silva Prata, consultor para comercialização de soja na FNP Consultoria e Comércio, de São Paulo, explica que no momento há grande pressão sobre a União Européia para aceitar a soja transgênica. A barreira européia, segundo ele, está sendo rompida pela produção argentina, que não separa soja convencional e transgênica. “Eles produzem os dois tipos de sementes, e suas exportações para a União Européia têm crescido aceleradamente nos últimos anos. Aí, fica a questão: até que ponto a União Européia representa uma demanda apenas para a soja convencional?” Na opinião de Istael Prata, o Brasil ganha muito mais do que perde com a soja transgênica, em termos de competitividade e custos. “Os gastos com defensivos químicos são menores e a produtividade é maior”. Nesse aspecto, nos próximos 10 anos, Istael considera que Brasil e Argentina terão maiores chances de crescer no mercado internacional que os Estados Unidos. 13:21 Brasília - O Brasil precisa definir ainda este ano sua posição com relação aos transgênicos. Caso contrário, o prejuízo será grande no mercado externo. A avaliação é da pesquisadora da Embrapa Maria José Sampaio, que atua na área de transferência de tecnologia. "O produtor que planta soja modificada quer uma definição porque já trabalha com agricultura, que é uma atividade de risco, e não quer perder mais. Além disso, mercados como a China estão só esperando uma definição brasileira para dizer se importam ou não a soja do Brasil", observa.De acordo com Maria José, a China importa soja transgênica dos Estados Unidos porque tem a certificação do produto e sua segurança garantida pelo órgão ambiental e agrícola do país. Além disso, o produto é consumido internamente. "É isso o que eles querem de nós. Ou certificamos que é não-transgênico nosso produto, ou aprovamos legalmente o plantio e o uso interno e declaramos isso para o mercado", acrescenta.Os produtores rurais do Rio Grande do Sul também descartam a questão de mercado como um empecilho para a liberação da soja transgênica. O produtor Almir Rebelo conta que os armazéns gaúchos se esvaziam a cada safra e garante: há muitos compradores europeus, mesmo alemães, que são apontados como os mais resistentes à importação de soja transgênica. Almir Rabello também defende que a variedade transgênica plantada no Brasil seja nacional, produzida na Embrapa ou outros laboratórios estaduais. “Não queremos sementes da Argentina. Concordamos em pagar royalties, desde que saibamos se a variedade é produtiva, com qualidade e tecnologia. Também gostaríamos de discutir o valor da taxa e que ela seja aplicada a outras culturas, como o algodão”. “Faço um apelo ao presidente Lula, porque aqui no Rio Grande do Sul ninguém é contrabandista ou contraventor. Estamos passando por esta situação porque tentamos de todas as maneiras fazer com que o Brasil libere o plantio dos transgênicos. Este produto é tão importante que, no nosso município, até o MST planta sementes geneticamente modificadas, pela redução de custos e do uso de agroquímicos”, afirma o produtor. Fontes que trabalham com pesquisa e plantio, mas preferem não se identificar, lançam suspeita sobre um outro fator de mercado que pode estar relacionado à polêmica dos transgênicos. "A maioria dos herbicidas usado no plantio convencional é produzida por empresas de agrotóxicos européias", relatam. Istael Silva Prata, consultor para comercialização de soja na FNP Consultoria e Comércio, de São Paulo, explica que no momento há grande pressão sobre a União Européia para aceitar a soja transgênica. A barreira européia, segundo ele, está sendo rompida pela produção argentina, que não separa soja convencional e transgênica. “Eles produzem os dois tipos de sementes, e suas exportações para a União Européia têm crescido aceleradamente nos últimos anos. Aí, fica a questão: até que ponto a União Européia representa uma demanda apenas para a soja convencional?” Na opinião de Istael Prata, o Brasil ganha muito mais do que perde com a soja transgênica, em termos de competitividade e custos. “Os gastos com defensivos químicos são menores e a produtividade é maior”. Nesse aspecto, nos próximos 10 anos, Istael considera que Brasil e Argentina terão maiores chances de crescer no mercado internacional que os Estados Unidos.
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