“O setor de cítricos brasileiro, ao lado dos Estados Unidos, é responsável por 90% da produção de suco de laranja comercializado no mundo”, informa a socióloga Lidiane Maciel.
“A citricultura no Brasil já nasceu internacionalizada e, a partir de 1962, passou a preencher lacunas deixadas pelo mercado americano. Para quem viaja pelo interior paulista, é possível observar ao lado dos imponentes canaviais os profundos laranjais, que resistem ao avanço da cana de açúcar”. Este é o panorama que Lidiane Maciel identifica no interior paulista, especialmente nas cidades de Araraquara e São Carlos, onde a produção de citricultura tem atraído milhares de migrantes.
De acordo com a pesquisadora, “as lavouras de laranja e, principalmente, de cana-de-açúcar substituíram parcialmente as antigas lavouras de café e ocuparam novos espaços para uma produção compassada com o desenvolvimento industrial”. Apesar de ocupar o ranking na posição de maior produtor de laranjas do país, as cidades paulistas que concentram a produção enfrentam problemas sociais por conta dos migrantes que buscam “melhorar de vida”. Segundo Lidiane, que acompanhou a jornada dos trabalhadores para escrever sua dissertação de mestrado, eles têm um jornada que se inicia “por volta das 6h30min, e o almoço é realizado em meio à rua de trabalho”. E acrescenta: “Para que um trabalhador mantenha um salário mínimo, é necessário que colha por dia cerca de 90 caixas de laranja. Por cada caixa colhida é pago cerca de 0,36 centavos”.
Além das dificuldades em relação à jornada de trabalho, Lidiane enfatiza, na entrevista feita por e-mail, que os migrantes são “invisíveis” na região. “A cidade não os reconhece como parte; é impresso neles grande estigmatização. São chamados de ‘boias frias’ de ‘baianos’ ou de ‘povo do norte’. O que de fato impede o fortalecimento de relações sociais fora de seus núcleos familiares e de amizade. Mas também não podemos afirmar que há uma segregação que gere total separação dos migrantes e dos locais”, assinala.
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