No último dia 19, o compositor e escritor Chico Buarque de Hollanda completou 81 anos. Para marcar a passagem da data, o programa Roda de Samba deste domingo (22) entrevista Márcia Fernandes, jornalista e mestre em literatura brasileira.
Na entrevista, que vai ao ar ao meio-dia, na Rádio Nacional, ela destaca que, tanto nos romances quanto nas letras de música, “Chico Buarque trouxe luz aos marginalizados de forma geral.” No romance de estreia, Estorvo (1991), o personagem principal se sente “um incômodo caminhando na multidão”, assim como o operário que “morreu na contramão atrapalhando o trânsito”, em Construção (1971).
Para Márcia Fernandes, que também é repórter de A Voz do Brasil e do Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Chico Buarque em prosa e canção tem como “eu lírico” um personagem alheio ou inadequado à realidade imediata, seja por exemplo no samba Até o Fim (1978) ou no livro Budapeste (2003).
A especialista, que ainda vê coincidências entre os personagens idosos do romance Leite Derramado (2009) e da canção O Velho Francisco (1987), aponta como outro traço comum a denúncia da violência como ocorre na letra de Meu Guri (1981) e nos contos de Anos de Chumbo (2021).
Em sua dissertação de mestrado, Márcia Fernandes trata da filiação da obra literária de Chico Buarque à pós-modernidade e o coloca em “diálogo com autores de outras partes do mundo”, como o tcheco Franz Kafka (1883-1924), os argentinos Jorge Luis Borges (1889-1986) e Julio Cortazer (1914-1984) e o português José Saramago (1922-2010).
Chico Buarque tem 60 anos de carreia, cerca de 540 canções, mais de 1,3 mil gravações, 50 discos (próprios ou com parceiros, em estúdio ou ao vivo). Ele escreveu quatro peças de teatro, uma novela, um livro de contos e seis romances.
O programa Roda de Samba vai ao ar sempre aos domingos, em rede, nas emissoras da Rádio Nacional e posteriormente é distribuído na Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP). O Roda de Samba traz semanalmente entrevista com cantores, compositores, escritores, cineastas e intelectuais sobre o universo e o imaginário do samba. Edições passadas do programa podem ser ouvidas aqui.
Serviço
Quando: todo domingo ao meio-dia
Onde: Na Rádio Nacional da Amazônia (OC 11.780 kHz e 6.180 kHz), de Brasília (AM 980 KHz e FM 96,1 MHz), de Foz do Iguaçu (FM 90,1 MHz), Recife (FM 87,1 MHz), Rio de Janeiro (AM 1.130 KHz e FM 87,1 MHz), São Luís (FM 93,7 MHz), São Paulo (FM 87,1 MHz) e do Alto Solimões (FM 96,1 MHz).
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