O governo brasileiro está negociando acordos para limitar a importação de produtos fabricados na China e diz que o caminho é melhor do que salvaguardas, ou seja, proteção comercial. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, no entanto, estuda pedidos de salvaguardas para outras categorias além dos setores têxtil e confecções e brinquedos.Empresários e representantes dos governos dos dois países se reuniram nesta sexta-feira para discutir a ampliação do intercâmbio comercial, principalmente com a cidade chinesa de Shenzhen, quarto maior PIB daquele país e maior parque tecnológico. O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, disse que os acordos e restrições voluntárias entram em vigor mais depressa do que um processo de salvaguarda. O último acordo fechado ontem para o setor de brinquedos será colocado em prática em 30 dias e limita as importações a 40% do mercado nacional.O secretário explicou que o departamento analisa a consistência do pedido e, se for comprovado que o produto importado tem uma participação muito expressiva no mercado brasileiro, é feita uma investigação de salvaguarda. "Se houver indicador de que o produto importado está causando dano a indústria nacional", afirmou.Ramalho disse que, até agora, os casos verificados que apresentavam participação ampla e que preocupava o mercado doméstico eram dos setores de têxtil e confecção, limitados por restrição voluntária desde fevereiro, e brinquedos, que acaba de fechar o acordo.Além dos setores têxtil e de brinquedos, os produtos mais sensíveis às importações chinesas são calçados, metais, armação de óculos e máquinas para indústria plástica.A China, de acordo com o secretário, é vista como "grande oportunidade de ampliação comercial e de investimentos". "Nós temos uma participação muito ampla de produtos básicos nas exportações para a China, como minério de ferro e soja", disse Ramalho.Segundo ele, 70% das exportações feitas pelo Brasil são de produtos industrializados e o restante de produtos básicos. "Agora precisamos ter engajamento maior de pequenas e médias empresas produtoras de manufaturados para diversificarmos nossas exportações."O embaixador da China no Brasil, Chen Duqing, disse que o Brasil tem a China como o terceiro parceiro comercial, perdendo apenas para Estados Unidos e Argentina e que os dois países têm espaço para avançar e ampliar as relações comerciais.