A exportação de petróleo brasileiro para os Emirados Árabes atingiu US$ 300 milhões em 2002 e, neste ano, já superou a marca de US$ 400 milhões. Embora o país árabe seja um dos principais produtores de petróleo do mundo e tenha o óleo mais caro e de melhor qualidade, a indústria local precisa importar um tipo de petróleo mais pesado para efetuar as misturas utilizadas no asfalto, no óleo diesel, e na produção de cosméticos e petroquímicos. A Petrobrás abastece os Emirados Árabes com um produto que chega a um preço mais barato do que o oferecido pela vizinha Arábia Saudita.Os Emirados Árabes conquistaram a independência há 35 anos. O país possui a terceira maior reserva de petróleo do mundo e a quarta maior de gás natural. "As reservas de petróleo dos Emirados Árabes devem manter o mesmo nível de produção durante os próximos 200 anos, o que gera uma renda anual de quase US$ 100 bilhões", conta Ricardo Sapah, embaixador brasileiro em Dubai.Com estes recursos o governo desenvolveu uma estrutura de comércio internacional que se expandiu pelos países do Oriente Médio, Índia, Ásia Central, se estendendo pelo continente africano até a África do Sul. Segundo o embaixador, esta rede, com sede em Dubai, possui mais de 7 mil empresas de comércio internacional que tiveram grande impulso com a Guerra do Golfo."Só neste ano, o Brasil exportou US$ 800 milhões para os Emirados que revenderam boa parte desses produtos através da rede internacional", conta Sapha. Segundo ele, os produtos brasileiros são de qualidade equivalente aos da indústria americana e européia, com a vantagem de serem, em média, entre 25% e 30% mais baratos. Além disso, os produtos brasileiros são melhores que os chineses, comprados por preços bem mais baixos. "Estamos em uma faixa de mercado que nos torna muito competitivos internacionalmente. Isto é o que tem proporcionado uma posição de destaque no mercado árabe", explica.