A seleção brasileira sub-23 faz nesta quinta-feira o seu mais importante jogo desde que o técnico Ricardo Gomes assumiu a equipe, em dezembro de 2002. Além de lutar por uma vaga na fase final do Pré-Olímpico do Chile, o time defenderá uma das maiores invencibilidades da história do país em uma tradicional competição. São 18 jogos e 12 anos sem derrotas em Pré-Olímpicos. Tudo isso será colocado à prova contra um anfitrião com 100% de aproveitamento de pontos e que terá um estádio lotado a seu favor. O Brasil precisa da vitória para terminar em primeiro lugar no Grupo A e passar diretamente ao quadrangular final em Valparaíso e Viña del Mar. Se não vencer, ficará em segundo lugar na chave e jogará repescagem no domingo. Só dois times que estão na disputa se classificarão para Atenas.A seleção brasileira sub-23 venceu os dois últimos Pré-Olímpicos, em 1996 e 2000. A última derrota nessa competição aconteceu no dia 5 de fevereiro de 1992: 2 a 0 para a Colômbia, em Assunção. Se o Brasil não perder no atual torneio, só ficará atrás em série invicta, em uma competição tradicional, da sequência registrada nas eliminatórias --o país viu seu primeiro revés nessa disputa após 31 jogos. Seria a maior invencibilidade de uma seleção com restrição de idade em um torneio de grande relevância. O jogo desta quinta, porém, assusta. O Chile, bronze em Sydney, mostra uma boa geração, tendo muitos destaques, como Villanueva, Figueroa, González e Millar. O Brasil vem de um empate sofrido contra o Uruguai por 1 a 1. Esse mesmo time uruguaio ficou no empate com a Venezuela e precisa vencer o Paraguai nesta quinta para ir à repescagem. O tropeço de domingo e a vitória do Chile por 3 a 2 sobre o Paraguai tiraram do Brasil a chance de jogar pelo empate em Concepción. Mas não é isso o que mais preocupa. "Se tivéssemos a possibilidade de empatar, jogaríamos para vencer. Ocorre que o Chile é uma equipe boa", diz Ricardo Gomes. O Brasil teve mais dias para descansar, mas isso não anima o técnico. "O Chile teve tabela favorável e descansou no meio da fase. Jogaremos em condições iguais."Os atletas também respeitam o rival. "Eles têm um lado esquerdo muito forte", afirma o zagueiro Alex. "Terei bastante trabalho no meu setor", diz o lateral-direito Maicon. "Eles estão em casa e, se crescerem com a torcida, ficará difícil", completa o zagueiro e capitão Edu Dracena. Até o chefe da delegação, Branco, elogiou o toque de bola da equipe adversária. "É um time que gosta de fazer um-dois [troca de passes rápidos] na entrada da área e tem um ataque rápido."O volante Fábio Rochemback falou como neutralizar o rival. "Temos que roubar a bola o mais perto possível do gols deles. Precisaremos atacar pelas laterais. Será um jogo complicado."