Para proteger-se de ataques desferidos por supostos militantes camponeses, agricultores de origem brasileira, residentes no município de Mariscal López, a 100 quilômetros da região fronteiriça, estão utilizando coletes à prova de balas ao efetuar trabalhos em suas lavouras.
A estranha imagem de um agricultor conduzindo seu trator e envergando um colete, cada vez mais comum, foi publicada pelo Diário Vanguardia em sua edição eletrônica. No material, o principal jornal de Ciudad del Este aponta as dificuldades enfrentadas pelos moradores da Colônia San Carlos.
Sem poder contar com a presença permanente de policiais, produtores ligados, em sua maioria, à Coordenadoria Agrícola do Paraguai (CAP) protegem-se como podem, com a compra de armas, a contratação de guardas particulares ou o uso de equipamentos como os referidos coletes.
Somente no que vai do ano, mais de 30 episódios de violência contra colonos já foram registrados no município de Mariscal López, com o caso mais grave, incluindo o assassinato o assassinato à queima-roupa de um policial paraguaio, no momento em que tentava impedir a invasão de uma propriedade.
No incidente mais recente, ocorrido no último dia 10, três agricultores de origem brasileira foram agredidos a tiros e pauladas por supostos camponeses que, na sequência, refugiaram-se em uma área de mata.
Odir Gobi, familiar de dois dos agredidos e coordenador da associação comunitária San Roque González de Santa Cruz, revelou ter sido, ele próprio, agredido ou intimidado em mais de uma oportunidade.
Para protestar contra a violência e a suposta conivência do governo paraguaio, agricultores dos departamentos (estados) de Alto Paraná e Caaguazú analisam, para os próximos dias, a convocação de uma manifestação que deve incluir, entre outras medidas, o bloqueio das estradas da região.