Raí, Palhinha, Cafu, Müller, comandados por Telê Santana, estragaram a festa em 1992. Três anos atrás, Fernandão, Iarley, Alexandre Pato, Adriano Gabiru, dirigidos por Abel Braga, adiaram mais uma vez o sonho catalão. Neste sábado, sem São Paulo, Internacional e nenhum brasileiro pelo caminho, o Barcelona tem a grande chance de, enfim, poder entrar no seleto grupo de campeões do mundo. Para colorir o planeta de azul grená, é necessário superar, às 14 horas (de Brasília), em Abu Dabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, o abusado e sempre perigoso Estudiantes, tradicional clube argentino que já sentiu o sabor de estar no topo do mundo em 1968.
Numa decisão entre europeus e sul-americanos pela 49.ª vez na história, agora as atenções estarão todas para um duelo entre amigos argentinos. Do lado do Barcelona, a espera está na juventude e habilidade de Messi, de 20 anos, prestes a ser consagrado o melhor jogador do mundo. Pelo Estudiantes, a arma é a experiência do capitão Verón, de 34 anos, que espera repetir a conquista de seu pai, Juan Roman, na decisão de 68 diante do Manchester United.
"Temos muita vontade de ganhar para fechar um ano magnífico com o único título que nos falta", afirmou o meia Lionel Messi, recordando que o Barcelona nunca foi campeão mundial e por já ter erguido as taças do Espanhol, da Copa do Rei, das Supercopas da Espanha e da Europa e da Liga dos Campeões. "Vai ser muito especial para mim, pois nunca havia enfrentado uma equipe argentina, ainda mais numa circunstância dessa. E contra o Verón, que é muito meu amigo".
A amizade com o capitão do inimigo vem desde 2007, quando Messi começava a dar os primeiros passos na seleção argentina. "Tenho muito carinho por Verón. Quando estávamos na Copa América, foi ele quem mais se aproximou de mim. Me ajudou a se integrar ao grupo num momento em que estava começando na seleção", se recordou "La Pulga", eternamente grato ao companheiro.
Contra uma possível ingratidão, Verón fez uma recomendação a Messi. "Posso dizer até as cores de sua cueca e, depois, recomendo a ele que não jogue", brincou. Sério, garantiu que o Estudiantes pode sair campeão se apostar no seu espírito de luta, na garra argentina. "Temos um elenco com muita coragem, valentia, muito espírito de sacrifício, que sabe lidar com dificuldades".
O exemplo vem da decisão da Libertadores, diante do Cruzeiro. "Não é um peso nem preocupação saber que terá muita gente torcendo contra a gente. Sabemos em quais condições vamos jogar, mas já houve piores, como em Belo Horizonte com 60 mil contra", disse Verón. Após 0 a 0 na Argentina, o time saiu perdendo no Brasil e, diante de enorme festa cruzeirense, buscou a virada para ser campeão.
SHOW DE IDIOMAS - O sotaque argentino contrastará com várias outras línguas em Abu Dabi. Atletas de diversos países estarão buscando o cobiçado troféu: o brasileiro Daniel Alves, o francês Henry, o sueco Ibrahimovic, os espanhóis Valdés, Xavi, Iniesta (machucado) e Puyol no Barcelona; os uruguaios Diaz e Salgueiro e o paraguaio Fernández no Estudiantes.
DECISÃO DO 3.º LUGAR - Como aperitivo para a grande decisão, o torcedor que for ao estádio acompanhará, às 11 horas (de Brasília), a luta pela terceira colocação do Mundial entre Pohang Steelers, da Coreia do Sul, e Atlante, do México.
iniciaCorpo("15;12;16;13;17;14;18;15");