A Reforma Política deverá estabelecer normas mais rígidas para os políticos que pretenderem mudar de partido ao endurecer a legislação que trata da fidelidade partidária. Enquanto a matéria não é aprovada, neste primeiro ano de legislatura, a migração entre as diferentes legendas começou antes mesmo da posse dos novos parlamentares. Entre a eleição e a posse, 50 deputados mudaram de sigla. De acordo com a Agência Câmara, as bancadas apresentaram três fotografias distintas em 2003: a composição antes da posse, a que iniciou a legislatura, e a atual, depois de passado o prazo de filiação para as eleições municipais do próximo ano. Nesses três momentos, os partidos configuraram-se nas seguintes posições, em relação ao número de deputados: PT - 91/90/90 PFL - 76/75/68 PMDB - 70/69/77 PSDB - 63/63/50 PPB (atual PP) - 43/43/49 PTB - 41/41/52 PL - 34/33/43 PSB - 28/28/20 PPS - 21/21/21 PDT - 18/17/13 PCdoB - 12/12/10 Prona - 6/6/2 PV - 6/6/6 PMN - 2/2/0 PSL - 1/1/1 PSC - 1/1/7 Recentemente, o PT expulsou os deputados Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE). O episódio deverá provocar nova alteração na composição das bancadas, com a criação de um novo partido reunindo as alas mais à esquerda da Câmara. Conforme a agência, os movimentos de dissidência interna não são exclusividade do PT, onde também atua o chamado "Grupo dos 30", integrado por parlamentares contrários a determinadas ações do Governo. Todas as bancadas, em maior ou menor grau, apresentam dissidências. O PMDB, a mais recente aquisição da base governista, tem diversas correntes internas. O PDT está fora da base, mas tem um ministro no Governo. E nos maiores partidos da Oposição - PSDB e PFL -, as diversas posições são definidas de acordo com o tema em votação.