Depois de uma manhã inteira de negociações com as principais lideranças partidárias do Governo e da oposição, os senadores que integram a bancada do Centro-Oeste no Senado conseguiram nesta quinta-feira introduzir importantes modificações no texto da Reforma Tributária, que vão evitar novos prejuízos à região.A emenda que falava do ressarcimento dos eventuais prejuízos que pudesse trazer a redução das alíquotas sobre a produção de alimentos da cesta básica desencadeou as discussões. As senadoras Serys Schlessarenko (PT/MS) e Lucia Vânia (PMDB/GO) achavam que a emenda não expressava o que havia sido acordado pelas lideranças na quarta-feira. O senador Demóstenes Torres (PMDB-GO) explicou que, o que fora acertado verbalmente na véspera, de fato, não estava claro no texto.Nessa altura, os líderes Aloísio Mercandante (PT/SP) e Renan Calheiros (PMDB/ AL), que comandavam a votação, sentindo que o clima de entendimento poderia desandar, decidiram convocar a bancada do Centro-Oeste para uma reunião paralela.Nessa reunião se refez o texto, deixando claro vários pontos nebulosos. A questão da desoneração de ICMS dos alimentos da cesta básica não terá mais o prazo “especial” de 120 dias, conforme previa o texto da emenda Renan. Vai vigorar a partir do momento em que todas as emendas prevendo redução de alíquotas, inclusive as que favorecem a região Centro-Oeste, como a desoneração de equipamentos agrícolas. E tais procedimentos devem levar muito mais do que os anunciados 120 dias.No final da reunião, o senador Delcídio do Amaral (PT/MS) disse, entusiasmado, que pela primeira vez a bancada do Centro-Oeste decidiu se unir e mostrou sua força.- A região tornou-se a surpreendente estrela na discussão da reforma tributária , além de ser reconhecida em vários pronunciamentos dos demais senadores como o grande celeiro do país