Alçada ao “estrelato” após denunciar, no mês de maio, que seu filho, então com seis anos, seria fruto de um suposto relacionamento com o atual presidente do Paraguai, Fernando Lugo, na época em que este ainda era bispo católico, Benigna Leguizamón, ambulante de Ciudad del Este, desistiu da ação judicial.
A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira (17), quando a própria mulher afirmou à imprensa sentir-se “cansada” das manobras jurídicas movidas pelos advogados do presidente e disse que viajará a Buenos Aires, onde tem familiares, para “recuperar a saúde”.
A desistência do processo em que buscava que Lugo reconhecesse a paternidade do menino Lucas Fernando, no entanto, conta com inúmeros elementos chamativos.
O primeiro, é que horas antes de apresentar sua desistência da ação, Leguizamón assinou um acordo particular com pessoas não identificadas, cujo conteúdo, por tratar-se de um documento de caráter privado, não pôde ser revelado pela escrivã que autenticou as assinaturas, Gladys Chaparro.
A segunda “coincidência” é que, após desistir da ação, a mãe do suposto filho de Fernando Lugo fretou um caminhão para transportar os poucos pertences de sua família para uma nova casa no município de Presidente Franco, vizinho a Ciudad del Este.
O terceiro fato chamativo, que leva o jornal ABC Color a especular que o “prêmio” à mulher tenha sido uma casa e G$ 500 milhões (cerca de R$ 200 mil) em dinheiro, é que a viagem a Buenos Aires, segundo emissoras de rádio, será de avião, algo improvável para alguém que vive em condições próximas à indigência.
Leguizamón, porém, nega que tenha chegado a um acordo econômico, afirmando que, ao retornar ao país, em data não informada, poderá apresentar novamente a ação.
No meio político, duas hipóteses são mencionadas: ou a mulher chegou a um acordo com o próprio Lugo; ou, para os que defendem que tudo não passou de farsa, os autores, uma vez cumprido o objetivo, pagaram o valor combinado e providenciaram a saída do país para evitar futuras complicações.
Às teorias conspiratórias, deve-se agregar, ainda, mais dois elementos: o anúncio de que Lugo não colocaria mais barreiras à realização do teste de DNA no outro caso em que é demandado por paternidade; e os insistentes rumores que, há tempos, mencionam a possibilidade de acordo econômico.