O verão chegou ao país tropical e com ele aumenta a preocupação com o corpo ideal. Os incansáveis caçadores da perfeição fazem de tudo e mais um pouco pela boa aparência nas praias e piscinas, com as dietas milagrosas, horas em salões de beleza e muito exercício físico. A motivação, entretanto, faz com que as pessoas busquem maneiras mais rápidas de garantir a forma física desejada, como o uso dos esteróides anabolizantes para aumentar força e massa muscular. Mesmo com a divulgação dos riscos dos seus efeitos colaterais, que podem levar até a morte, o consumo das conhecidas “bombas” continua a crescer, principalmente em jovens.
De acordo com a vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a médica Ruth Claupach, há sérios riscos ao desenvolvimento do adolescente, caso use tais substâncias ilícitas.
– Se o adolescente usar antes de completar o crescimento, isso pode acelerar o desenvolvimento ósseo, fechando prematuramente a cartilagem. Ele acabará ficando com uma altura menor do que a normal. Um menino, por exemplo, se começa a tomar com 15 anos, em vez de crescer de quatro a cinco centímetros até os 18 anos, ele vai finalizar a estatura dele ali mesmo, com 15 anos – alerta a médica.
Efeitos colaterais
Além dos problemas no desenvolvimento dos mais jovens, o uso poder causar males como dor de cabeça, insônia, calvície e hipertensão. Como é composto por hormônios sexuais masculinos, o anabolizante atua de maneiras distintas em sexos diferentes. No homem, é capaz de desenvolver mamilos, causar hipertrofia da próstata, impotência e esterilidade. Já na mulher, pode promover o crescimento de pêlo no rosto, engrossamento da voz e até ausência de menstruação.
Segundo Ruth, esses efeitos colaterais ocorrem devido ao uso indiscriminado dos medicamentos, que são indicadas para pessoas que estão enfraquecidas por doenças ou para quem tem falta de hormônios masculinos.
– Tem toda uma legislação: receita controlada branca, código da doença. Além disso, os anabolizantes são usados em doses fisiológicas, ou seja, a mesma quantidade que o organismo produziria se não houvesse problema – explica, acrescentando que nas academias, além de usarem por conta própria, os atletas ingerem doses excessivas e continuamente, pois o efeito da droga dura o tempo em que ela estiver no corpo.
De acordo com a professora de Educação Física, Cristiane Negrão, na academia onde trabalha é nítido o consumo da substância pelos alunos.
– Eu sei reconhecer praticamente todos que tomam. Algumas pessoas a gente nota até pela carga que colocam nos aparelhos, principalmente as mulheres. Como elas ficam com mais força em pouco tempo, elas pegam três vezes mais.
Para a professora, o consumo das substâncias aumentou bastante nos últimos anos, principalmente entre as mulheres.
– Eu vejo cada vez mais gente usando, principalmente na época do verão. Todo mundo quer ser grande, forte, o que antes só se via nos homens – conta Cristiane, exemplificando com os modelos de beleza apresentados pela mídia. – Antigamente as mulheres queriam ser magrinhas, agora são as mulheres-fruta, do carnaval.
Cristiane Negrão afirma que o uso de cartazes alertando sobre os problemas causados devido a estes medicamentos ajudaria na conscientização dos alunos. Para a médica Ruth Claupach, as pessoas só dão valor quando ocorre com elas ou com alguém próximo
– Acho que deveria haver mais eventos explicando os riscos que estas substâncias podem trazer à saúde, para dar uma assustada nas pessoas. Fora isso, elas esquecem o problema e priorizam o efeito – encerra.
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