Dentro de 30 dias o segundo agrotóxico genérico homologado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estará no marcado sul-mato-grossense. O novo produto, cujo princípio ativo é o Paraquat, custará entre 20% e 30% mais barato que o original Gramoxil, fabricado pela Syngenta.
No Estado o herbicida indicado para lavouras de soja e algodão é comercializado em média por R$ 24 o litro e a previsão é de que o genérico seja vendido por valores entre R$ 15,40 e R$ 17,60. Conforme o coordenador geral de Agrotóxicos do Mapa, Luis Eduardo Pacifici Rangel, o produto, antes monopolizado pela multinacional, será trazido de Taiwan (país asiático) e não há estimativa do volume de importação.
De acordo com os produtores rurais, a liberação dos agroquímicos genéricos é uma reivindicação antiga da classe. Há pelo menos 10 anos o setor pleiteia a autorização da importação e fabricação dos produtos, mas, de acordo com Rangel, não houve morosidade do Mapa na homologação dos agrotóxicos genéricos. Ele defende que antes não havia uma legislação que permitisse a importação e fabricação dos produtos, cuja patente já acabou.
Os parâmetros de equivalência dos produtos foram estabelecidos recentemente pela FAO (Organização para Alimentação e Agricultura), ligada à ONU (Organização das Nações Unidas). “O ministro [Luiz Carlos Guedes] nos pediu prioridade na avaliação dos genéricos. Queremos otimizar os processos, mas esbarramos na falta de um quadro de pessoal para atuar na área”, frisa, negando que o pedido de agilidade na aprovação dos equivalentes seja uma forma de compensar a demora na liberação dos produtos.
A comercialização do primeiro agrotóxico genérico brasileiro foi autorizada há cerca de dois meses pelo Mapa. Trata-se do Rodazin, que tem como princípio ativo o Carbendazin. Rangel explica que o fungicida, que serve para as lavouras de soja e feijão, já possuía genéricos no mercado. A diferença é que agora foi possível conseguir uma redução no valor do registro do produto, o que fez com que fosse possível alcançar uma leve redução no preço de mercado do agrotóxico.
Segundo ele, como o agroquímico já possuía equivalentes no mercado, a diferença no valor não será tão significativa como no caso do Paraquat, monopolizado pela Syngenta. No País o produto é comercializado por 11 empresas que detém o princípio ativo. O agrotóxico original, fabricado pela Bayer, pode ser encontrado nas revendas por cerca de R$ 24. O Rodazin custa em torno de R$ 2 a menos, sendo comercializado por em média R$ 22. Para Rangel, o preço do produto já está muito próximo do custo de produção, por isso a diferença não é maior.