O foco de febre aftosa confirmado em Eldorado, a 435 km de Campo Grande, já repercutiu no mercado internacional. A Austrália, principal concorrente do Brasil, já vê possibilidade de ganhos com os problemas verificados em MS, uma vez que a doença deve reduzir a participação brasileira no comércio mundial. A ocorrência da doença geralmente prejudica as exportações do país infectado, colocando-o na "lista negra" do mercado internacional. Mas o Brasil ainda não entrou nos mercados mais lucrativos de carne bovina, e os países desenvolvidos para os quais fornece não devem interromper as compras por muito tempo, declarou nesta terça-feira a Meat & Livestock Australia (MLA) à agência Reuters em Sidney. A Rússia, principal destino para a carne bovina e suína do Brasil, com compras equivalentes a 900 milhões de dólares entre janeiro e agosto deste ano, já anunciou restrições às importações brasileiras. Outros mercados, como Filipinas e Hong Kong, já disseram no passado que não comprariam carne bovina de uma região afetada pela doença, mas que poderiam aceitar o produto vindo de outras regiões do mesmo país que não tenham sido afetadas. "Temos de esperar e ver se eles vão tomar esse tipo de decisão ou manter o Brasil suspenso por um período mais longo", disse o analista-chefe de mercado da MLA, Peter Weeks, à Reuters na Austrália. Os lucros no longo prazo para os australianos viriam com o provável atraso no acesso do Brasil aos principais mercados atendidos pela Austrália, como Japão, Estados Unidos e Coréia do Sul. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Marcus Vinícius Pratini de Moraes, disse à Reuters no mês passado que o Brasil esperava ganhar em breve acesso ao mercado norte-americano de carne "in natura" e tentava conseguir acesso também ao Japão, Coréia do Sul e Taiwan. Com o novo registro, vai demorar anos e não meses para que o Brasil consiga acesso aos EUA, disse Weeks. E os planos para entrar no Japão, Coréia do Sul e Taiwan ficarão transferidos para a próxima década. "Vai demorar muito, muito tempo. Nenhum destes países aceita produto de países que estão vacinando. O Brasil agora vai ter que vacinar durante vários anos", afirmou Weeks. Mesmo antes da confirmação do foco, as exportações brasileiras de carne bovina eram limitadas nos mercados mais lucrativos porque o rebanho de 195 milhões de cabeças, o maior do mundo, era classificado apenas como livre de febre aftosa com vacinação. O Brasil conseguiu superar a Austrália nas exportações de carne "in natura" nos primeiros sete meses de 2005, embarcando 657 mil toneladas contra 605,257 mil toneladas da Austrália. Mas em termos de valores, a Austrália permanece na liderança, exportando o equivalente a 2,1 bilhões de dólares de carne bovina "in natura", contra 1,5 bilhão exportados pelo Brasil. Com informações do site de notícias Campo Grande News.
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