O secretário estadual de Desenvolvimento de Minas Gerais, Sérgio Barroso, confirmou hoje que o governador mineiro Aécio Neves escreveu uma carta ao presidente Lula, como cópia ao presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, oferecendo incentivos para construção de uma usina de fertilizantes no estado, a mesma pleiteada por Mato Grosso do Sul.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Barroso explicou que a intenção é articular um consórcio para viabilizar a abertura de um gasoduto e assim garantir a produção de uréia e amônia pela Petrobras.
Segundo ele, a parceria pode ser liderada pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, para construiu um ramal do gasoduto Brasil-Bolívia de 817 quilômetros ligando São Carlos (SP) a Uberaba (MG).
Ontem, técnicos da Petrobras chegaram a Três Lagoas, para estudar a viabilidade da instalação da indústria de fertilizantes e conversaram com a prefeita Simone Tebet (PMDB).
Três Lagoas é o município mais cotado para receber o mega investimento de US$ 2 bilhões, conforme o ministro da Agricultura, Reinold Stephanes, e o governador André Puccinelli (PMDB).
Os engenheiros da Petrobras, Paulo Farah e Fernando Lage, fazem parte da área de projetos da nova indústria de fertilizantes da estatal. A equipe, que veio do Rio de Janeiro, fica na cidade até esta quinta-feira (17), enquanto fazem outros levantamentos técnicos a respeito do empreendimento.
Concorrência - Agora, diante da disposição do governo mineiro de bancar o investimento de infraestrutura, avaliado em R$ 1,3 bilhão, Lula teria determinado que a Petrobras aceitasse ouvir o governo mineiro antes de tomar sua decisão, disse o secretário. A reunião para a apresentação de uma proposta do governo de Minas deve ocorrer ainda este mês.
Apesar da pressão mineira na briga pela fábrica, a Petrobras já havia esclarecido que o local a ser implantado o empreendimento já tem de contar com a infraestrutura necessária. “Não deverá ser feito nenhum investimento em infraestrutura para viabilizá-las", reforçou a diretora de gás e energia da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, a quem cabe definir quem será o escolhido.
A diretora afirmou que a Petrobras já começou a preparar o projeto básico da planta. "Vai levar aí um ano para esse estudo ser feito e confirmar a viabilidade ou não desse projeto. Nós estamos considerando duas possibilidades e a tomada de decisão será somente quando vierem os valores posteriores ao projeto básico", esclareceu Maria da Graça ao valor Econômico.
A fábrica de amônia e uréia em Minas Gerais é objeto de discussões desde 2003, segundo o Valor econômico, quando a Fosfértil propôs viabilizar a instalação, mas o desinteresse da Petrobras em construir o ramal do gasoduto comprometeu o projeto.
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