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A divulgação do mais recente Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) traz sempre informações relevantes para os gestores da rede pública. Mas não só para a rede pública: há também uma amostra da rede particular a cujos dados os gestores costumam dar pouca importância, contentando-se em constatar que o desempenho médio das escolas privadas é superior ao das públicas. Contudo, um gestor prudente pensa no médio e longo prazo, precisando analisar com cuidado todas as informações sobre o ambiente em que atua – ou ficará sob o risco de surpresas com a mudança paulatina de cenário.
No relatório do Ideb há muitas informações interessantes, mas podemos nos restringir, no espaço deste artigo, a um olhar mais global sobre o desempenho da rede privada. O Ideb diz que as escolas particulares não alcançaram a meta para 2011 no Ensino Fundamental I (nota 6,5, contra meta de 6,6), no Ensino Fundamental II (nota 6,0, contra meta de 6,2) e no Ensino Médio (nota 5,7, contra meta de 5,8).
Tudo bem. Pode-se argumentar que a diferença é muito pequena e que ainda assim os resultados superam em muito os da rede pública. Mas isso é muito pouco, quando se olha a planetária corrida pela melhoria da educação. O Brasil tem muito a caminhar na oferta de um ensino de qualidade. Indicadores internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), deixam claro que, mesmo se considerados os resultados da rede privada, o Brasil ainda está muito atrás dos países da Comunidade Econômica Europeia.
O investimento em programas de aprimoramento contínuo do trabalho pedagógico precisa ser um processo permanente. No entanto, muitas escolas ainda não se deram conta disso. A sociedade do século XXI demanda novas gerações mais bem preparadas, sob todos os pontos de vista, e a escola particular tem um papel fundamental na formação de elites. Descuidar dessa posição é um erro estratégico e o preço a se pagar pode ser a futura perda de prestígio social e de espaço no mercado educacional.
Em muitas cidades do interior, onde as redes públicas municipais avançam mais rapidamente nos processos de melhoria, as escolas particulares já sofrem com a perda de alunos. Ao mesmo tempo, políticas afirmativas de acesso ao ensino superior, como as cotas, acirram ainda mais a competição pelas vagas nas melhores universidades.
Assim, a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é uma oportunidade para refletirmos sobre uma questão que é imediata e decisiva para todos – e muitas escolas da rede particular precisam se dar conta dessa urgência.
Francisca Paris é pedagoga, mestra em Educação e diretora de serviços educacionais do Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Editora Saraiva
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