Já há uma pista do autor do atentado sofrido por ao menos 30 estudantes índios que eram transportados num ônibus escolar, na sexta-feira, numa estrada que liga a cidade de Miranda ao território indígena conhecido como Cachoeirinha, região distante 200 km de Campo Grande.
Contra o veículo foram atiradas pedras e uma bomba caseira. Cinco pessoas ficaram feriadas porque o ônibus pegou fogo. No início da apuração havia a suspeita de que o ataque teria sido determinado por um índio e que a ação fora motivada por desavenças envolvendo duas das seis aldeias ali instaladas.
O cacique Adilson Terena, contudo, descartou essa hipótese. Ele disse, por telefone, que o atentando “não foi praticado por patrícios [índios] e que amanhã [segunda] ou depois” o caso será solucionado. “Não posso apontar mais detalhes para não atrapalhar as investigações”, disse ele.
O chefe indígena disse que uma das pistas foi achada ontem à noite, numa mata perto do local do ataque. Um chapéu que, para o cacique, “não é usado por nenhum índio das aldeias” pode ajudar na investigação. Pessoas ouvidas pelo líder disseram conhecer o dono do chapéu, até agora tido como um suspeito número um.
O território Cachoeirinha, para os índios, é como uma cidade habitada por ao menos seis mil pessoas que vivem distribuídas em seis aldeias.
A suposta desavença entre as aldeias Babaçu e Argola, segundo o cacique, teria sido descartada como motivo do ataque porque entre os 30 ocupantes do ônibus, havia estudantes das duas aldeias.
A outra hipótese apurada tem ligação com as brigas por domínio de terras envolvendo índios e fazendeiros da região.
O ataque
O ônibus seguia da cidade para a aldeia, uma distância de ao menos cinco quilômetros, perto da meia noite de sexta-feira, quando foi alvejado por pedradas e uma bomba caseira, que caiu perto do motorista.
O veículo, locado pela prefeitura do município transporta alunos do ensino médio da cidade para a aldeia de segunda-feira a sexta-feira.
O ataque ocorreu num local escuro.
Entre as cinco pessoas internadas o motorista é o que saiu mais machucado, segundo cacique. Laércio Corrêa, 27, sofreu queimaduras na maior parte do corpo, incluindo a cabeça. Os quatro outros feridos, estudantes, não correm riscos de morte.
Briga judicial
Três anos atrás o Ministério da Justiça baixou uma portaria determinando que uma área de perto de dois mil hectares fosse transformada em aldeia indígena, contudo, por meio de liminar, a decisão foi suspensa no ano passado pelo STF (Supremo Tribunal de Justiça).
Em março deste ano, os índios invadiram duas fazendas em Miranda, uma delas a fazenda Petrópolis, do ex-governador de MS, Pedro Pedrossian. A Justiça mandou a polícia afastar os índios de lá.
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