"A carreira pode ser a mesma, mas a escola é bem diferente". Assim o repórter Ernesto Paglia, do Globo Repórter, mostrou ontem o drama vivido pelas seis moças da república TPM (Tudo pela Medicina), da primeira turma de Medicina do campus de Dourados e os que estudam na Escola Paulista de Medicina. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) já tem 250 alunos, mas nenhuma sala ou laboratório. Os estudantes de Medicina têm aulas em instalações emprestadas. As obras do prédio próprio pararam há mais de três anos. “Já estamos com 1.200 dias de obras paradas. Comemoramos o aniversário de mil dias com direito a bolo e refrigerante”, contou o diretor do Centro Acadêmico, Mário Rocha Cardoso à Rede Globo. O esqueleto do prédio onde deveria funcionar o curso é uma obra inacabada. As meninas da república TPM contam que os professores são voluntários, não há efetivos. A greve não conseguiu mudar nada. A primeira aula da Medicina de Dourados depois de 58 dias de paralisação foi dada por um voluntário. O médico Takeshi Matsubara, filiado ao PT e ex-secretário municipal de Saúde de Dourados, disse ao jornalista que há cinco anos trabalha gratuitamente, ele e os demais professores do curso, "como voluntários, sem nenhum vínculo empregatício, sem recebimento de salários, férias, 13º salário, absolutamente nada". O Globo Repórter mostrou a realidade da falência do ensino público e casos da falta de compromissos com o Ensino Superior, apontando também o Hospital Universitário de Dourados como um ambulatório parcial da rede pública de saúde, uma obra que já custou R$ 26 milhões e que agora espera por uma ajuda mensal equivalente a R$ 2 milhões para entrar em operação.
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