Em reunião com pais e educadores na manhã desta terça-feira (10) na Câmara de Vereadores, o secretário municipal de Educação, Upiran Jorge Gonçalves da Silva, assegurou estar mantida a determinação de encerrar turmas de 8º e 9º anos de cinco escolas municipais. Segundo ele, somente a prefeita Délia Razuk ou alguma ordem judicial pode mudar isso.
Alvo de queixas e críticas da comunidade escolar, o gestor lembrou ter assumido a pasta em 5 de março de 2018 e alegou que as mudanças já eram discutidas há algum tempo. “Houve a participação efetiva da supervisão técnica dos setores que cuidam do pedagógico dentro da Semed, do departamento de recursos humanos para ver como seria o posicionamento dos professores que eventualmente pudessem ficar excedentes e de que maneira seriam remanejados”, detalhou.
“Quando se chegou à conclusão de se fazer a interrupção e o encerramento de turmas de 8º e 9º anos nas escolas Neil Fioravanti, Clarice Bastos Rosa, Etalivio Penzo, Álvaro Brandão e Aurora Pedroso de Camargo, houve também o cuidado de fazer o levantamento de quais seriam as escolas estaduais para onde seriam transferidos e todos foram feitos de forma que não ficassem tão distantes ou que inviabilizasse de alguma forma”, argumentou Upiran.
Segundo ele, estudantes desses anos finais da Escola Municipal Neil Fioravanti, o Caic, localizado na Rua Josué García Píres, bairro Parque Nova Dourados, serão encaminhados para a Escola Estadual Maria da Gloria Muzzi Ferreira, na Rua Mato Grosso, Jardim Água Boa.
O secretário detalhou ainda que alunos da Clarice Bastos Rosa, na Rua João Vicente Ferreira, Jardim Maracanã, vão para a Escola Estadual Professor Celso Muller do Amaral, na Rua Ponta Porã, Jardim Guanabara.
Ainda segundo o gestor, da Etalívio Penzo, na Rua Rosemiro R. Viêira, Parque das Nações II, serão remanejados para a Escola Estadual Jose Pereira Lins, na Rua Flávio Seabra Calixto, Vila São Braz. Da Álvaro Brandão, na Rua Fernando Ferrari, Vila Industrial, vão ser transferidos para a Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, na Rua Filomeno João Pires, Parque das Nações I. E da Aurora Pedroso de Camargo, na Rua Sargento Moisés Soares da Silva, no Parque Alvorada, vão para a Estadual Ministro João Paulo dos Reis Veloso, na Rua João Vicente Ferreira, no Jardim Tropical.
Upiran garantiu que essas mudanças previstas para 2020 não são imposições do Governo do Estado. “Eu não recebo ordens do governador do Estado, não recebo ordens do presidente da República, não recebo ordens de deputados estaduais, de senadores e de deputados federais. Só recebo ordens da prefeita. Só a ela me reporto e atendo todas as requisições do poder legislativo, seja ele quem for”, declarou.
Upiran também ressaltou que somente ordem da prefeita ou da Justiça pode mudar essa decisão. "Sou secretário municipal de Educação, só recebo determinação em contrário da prefeita e se houve decisão judicial. Se houver recomendação do Ministério Público eu mantenho meu posicionamento", garantiu, esclarecendo que "o ministério Público não determina absolutamente nada". "O Ministério Público requisita, propõe, solicita, opina, aconselha. Determinação só de ordem judicial. Só recebo ordem do Poder Judiciário. Só cumpro determinação se ela vier do Poder Judiciário”, acrescentou.
Uma das representantes da comunidade escolar, Deumeires Morais, presidente do Conselho de Diretores das escolas municipais, revelou que há temor por parte de pais cujos filhos terão que mudar de escolas. “Todas essas escolas apresentadas têm que atravessar avenidas. Por mais que o Celso Muller seja a duas quadras do Clarice, existe no meio a Monte Alegre. Os pais não querem e vão continuar se manifestando”, pontuou.
Ela criticou a decisão por considerar ter sido tomada sem consulta à parte interessada. “Foi uma decisão unilateral porque não ouviu quem mais interessa que é a comunidade. Ouviu apenas o interno, a supervisão técnica e pessoal que está sob sua orientação”, disse ao secretário de Educação, solicitando agenda com a prefeita para tratar do assunto.
Presidente da Câmara Municipal, o vereador Alan Guedes (DEM) leu uma carta de apoio aos pais e educadores assinada por 17 dos 19 parlamentares.