Aos 84 anos, Dourados solidifica a condição de polo de uma das mais pujantes regiões de Mato Grosso do Sul. Distante menos de 200 quilômetros de nove dos 10 maiores produtores de soja do Estado, ranking no qual ocupa o 4º lugar, também dispõe de um setor de serviços atrativo para grandes empreendedores. E a abertura de novos voos no Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira tem estimulado o desenvolvimento econômico.
Conforme levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base em dados de 2017, Dourados tem o terceiro maior PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, de R$ 8,3 bilhões - só ficou atrás de Três Lagoas (R$ 10,1 bilhões) e Campo Grande (R$ 27 bilhões).
A atividade agropecuária adicionou R$ 484,8 milhões ao montante das riquezas do município, responsável pela produção de 612.000 toneladas de soja entre 2017 e 2018, de acordo com a Pesquisa Agrícola Municipal, também do IBGE.
Quarto maior produtor sul-mato-grossense do grão, Dourados é ainda o centro de uma região que engloba nove dos 10 principais produtores do Estado. Juntos, esses municípios distantes sempre menos de 200 quilômetros do polo regional colheram 5 milhões de toneladas das 9,8 milhões de toneladas produzidas na safra passada.
Além da agropecuária, o IBGE apontou contribuição relevante do setor de administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, que agregou à economia local R$ 1,3 bilhão. Já a prestação de serviços somou R$ 4,3 milhões em riquezas ao PIB douradense.
Segundo a prefeita Délia Razuk (PTB), para quem “Dourados é uma cidade que cresce a olhos vistos”, o futuro é promissor. “Temos grandes perspectivas para o nosso futuro. Dourados tem uma posição estratégica na região, é fundamental no apoio às cidades do entorno, temos nossas universidades, federal, estadual e particulares de onde saem grandes profissionais, capacitados para trabalhar no Brasil inteiro. Dourados é uma cidade que nos orgulha e tem um potencial muito grande ainda de desenvolvimento”, elencou.
O gerente comercial Henrique Brandão Moura, responsável pelo relacionamento da Corpal Incorporadora e Construtora com todas as imobiliárias que comercializam produtos da empresa na cidade, concorda com as avaliações positivas e também manifesta otimismo.
“Dourados é considerada a 2ª capital do Estado. A economia de agricultura e pecuária é muito forte, é uma cidade com muito potencial de crescimento, todas as cidades em volta acabam vindo para Dourados. Temos clientes de cidades vizinhas que investem em Dourados. Foi o que despertou a Corpal a investir fora”, diz.
Valdemir Messias, o Pineca, sócio-fundador da São Bento Incorporadora, revela que trouxe a empresa de Naviraí para Dourados há cinco anos justamente pelo posicionamento estratégico como polo regional. “Trabalhamos em várias cidades no Mato Grosso do Sul e achamos que Dourados estrategicamente é um lugar melhor para logística, tem uma prestação de serviços maior, que vimos ser mais interessante para nós”, aponta.
“Dourados é mais perto para atender cidades do entorno. Logística melhor, se precisa de um produto tem, de distribuidor de combustível está aqui. Tem o aeroporto que facilita a chegada e a saída porque temos vários profissionais que fazem projetos para nós de São Paulo e para ir e voltar tanto a gente quanto eles fica mais prático”, pondera.
Sócio-administrador da São Bento Incorporadora, Victor Messias reforça que a questão logística é uma das virtudes de Dourados. “Já temos acesso às outras cidades e o aeroporto é muito importante. A gente vai para São Paulo muito e o pessoal vem muito para cá. Agora a gente tem voos para Campinas, Congonhas. A gente tinha uma reunião em São Paulo 10h30, saímos daqui 6h, 9h30 aterrizou e 10h30 estávamos na reunião dentro de São Paulo. Isso é muito bacana. A partir de março tem Guarulhos também. Isso dá conexão não só para São Paulo, mas para o resto do país”, detalha.
Avaliação semelhante foi feita por Henrique Brandão Moura. Segundo o gerente comercial da Corpal, diante dos planos de expansão da empresa, com atuação em cidades cada vez mais distantes, “mais acesso a voos e um aeroporto melhor facilitam”.
Diretor do Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira, Juliano de Almeida Domingos informou aumento no número de embarques desde março devido a uma nova companhia que começou operar com dois voos diários no final do mês de outubro.
Ao Dourados News, ele detalhou que houve 6.244 embarques de desembarques em janeiro, número que saltou para 9.662 em novembro. Atualmente, a cidade tem quatro frequências diárias de voos operados por duas companhias com destino ao Estado de São Paulo.
“Com a nova empresa que começou operar a expectativa é que se movimente 12 mil passageiros ao mês entre embarque e desembarque”, pontuou, citando ainda que existe companhia aérea interessada em operar a partir do mês de março de 2020 com aeronaves maiores do que os modelos que operam hoje na cidade. “Caso comece, a expectativa é que se atinja a média de 18 a 20 mil passageiros ao mês”, anunciou Juliano.
Victor Messias, da São Bento Incorporadora, não chega a ter surpresas com o desenvolvimento de Dourados, porque esse potencial é comprovado a cada ano. “Dourados tem um potencial de crescimento muito grande. A gente fez estudo da cidade como um todo, não só imobiliário, em 2016, outro em 2019, para ver como Dourados está se comportando, e mostra o quanto a cidade tem crescido e o quanto vai crescer nos próximos anos. Ela é um polo de logística muito forte e cada vez isso vai ser reforçado com o crescimento do Estado e das cidades. Esse potencial de crescimento é muito forte para o empreendedor que está aqui. As coisas já estão acontecendo e vão acontecer cada vez mais”, enfatiza.
O empresário avalia que aos 84 anos, Dourados envelheceu muito bem. “Dourados está na sua melhor idade e quando a gente chegar nos 100 anos, daqui a 16 anos, acredito que vai ser uma cidade totalmente diferente e resultado de um legado das pessoas que estão trabalhando hoje vão deixar para as gerações futuras. Dourados envelheceu bem e segue rumo aos 100 anos com uma perspectiva muito boa de qualidade de vida. Vai crescer de uma maneira muito organizada e vai chegar ao centenário como uma referência nacional. Já é e estamos rumando a ser cada vez mais”, garante.