Eduarda Rosa
Uma vendinha de ‘Secos e Molhados’ localizada em pleno centro de Dourados, na Avenida Marcelino Pires. Pois é, ainda existe uma dessas na cidade e ela é de propriedade há 42 anos do simpático comerciante, Kosuke Ono, que não pensa em modificá-la.
Com balança, caixa registradora e prateleiras antigas, ao entrar na mercearia, é como voltar aos anos 1970. Lá é vendido um pouco de tudo, o comerciante conta que hoje já não vende mais só produtos japoneses, mas antigamente esses eram maioria.
Outra tradição mantida há mais 60 anos é a caixa postal, onde Ono recebe as correspondências de mais de 50 famílias japonesas, maioria moradoras na zona rural. “Essa é a caixa postal 65, era da Fuginaka, da Casa Katayama, eu me sinto na responsabilidade de devolver alguma coisa para as pessoas, se com meu comércio consigo viver, então tenho que devolver alguma coisa para o meu freguês”, diz Ono.
Pelo sistema de correio as famílias também recebem um jornal produzido em São Paulo, semanalmente, todo em japonês, mas com notícias tanto internacionais como nacionais.
Amor pelo MS
Seu Ono, de 80 anos, mesmo há 59 anos no Brasil, em Mato Grosso do Sul, ainda tem dificuldades de falar o português, mas isso não o impediu de representar a colônia japonesa por seis vezes em Dourados e três vezes no Mato Grosso do Sul, como presidente.
Também já recebeu cidadania douradense e Sul-mato-grossense. “Sou naturalizado brasileiro e gosto muito de Dourados aqui é um paraíso, não tem terremoto, não tem tempestades e as pessoas são boas. Aliás, tenho 80 anos, não precisaria votar, mas fiz questão de votar nas ultimas eleições”.

Também aderiu a algumas culturas locais , “gosto de comer comidas japonesas, tomar chá verde, mas se me oferecer churrasco eu como também, pode convidar-me, só não tomo tereré”, diz sorrindo o alegre octogenário.
Veio para o Brasil depois da 2ª Guerra Mundial, seu pai trabalhava na China na construção de uma estrada de ferro, “depois do sofrimento da guerra abriu imigração para o Brasil e então viemos para cá”, lembra Ono.
Rememora também que não escolheu a região da Grande Dourados para morar “havia vários lugares tanto no Brasil como em outros países, daí como aqui na região os Matsubara começaram a colonização japonesa, nós viemos pra cá e fomos morar em Indápolis”.

Saúde em primeiro lugar
No auge dos seus 80 anos, Ono joga tênis e caminha todas as tardes, para ele é primordial ter saúde no corpo, “ falta esporte para os jovens de hoje em dia, quando é novo é forte, mas quando tem idade o corpo não aguenta, quando cheguei aqui tinha 20 anos, derrubei árvores, fiz poço e casa tudo na mão”.
Mas Ono não se preocupa só com a saúde física, “eu leio os jornais em japonês e não quero parar de trabalhar, se parar caduca, trabalhar é bom, ocupa a mente, os amigos vêm aqui e a gente conversa, aí não caduca (risos)”, aconselha Kosuke Ono.

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