Eduarda Rosa
A história de Dourados é repleta de surpresas e uma delas também está na área da comunicação. Um curioso jornal, em forma de pergaminho, foi criado em 1959, pelo médico Joaquim Lourenço Filho e ganhou o nome de “O Rolo”.
Lourenço Filho morreu em 18 de novembro de 2008, mas na primeira edição do jornal ele lembra que teve ideia ao ler algumas coisas sobre o Egito Antigo “estava lendo alguma coisa sobre o Egito antigo, do tempo dos faraós e sobre os éditos reais que eram lidos nas aldeias: Porque (sic) não fazer um jornal com todas as características dos antigos papiros, dos éditos reais???”
O jornal teve apenas sete edições, mesmo sendo distribuído em duas fases. Segundo a jornalista Karine Segatto que realizou uma pesquisa sobre o assunto “O Rolo” teve sete números publicados com as datas de 25 de novembro de 1959, 20 de maio de 1960, 20 de dezembro de 1994 (aniversário de 59 anos de Dourados), 20 de janeiro de 1995, 20 de fevereiro de 1995, março de 1995 e julho/agosto de 1995. Sendo que na primeira fase os diretores eram J. Lourenço Filho, Noelle Gomes de Oliveira e Nicanor P. de Sousa e na segunda fase são identificados apenas o fundador como Dr. Joaquim Lourenço Filho e o editor Nicanor Coelho.
Assim, o formato do jornal em forma de rolo foi considerado uma “inovação revolucionária”, pelos diretores da primeira fase, isto por conta de seu cumprimento de 166 centímetros, da primeira edição.
A novidade era tamanha que o próprio diretor teceu comentários, no próprio jornal, a respeito de como ler o conteúdo, “Para ler nosso jornal com certa elegância, aconselhamos que se faça o seguinte: Ao começar a desenrolar a ponta inicial, não deixe que a mesma comece a descer em direção ao solo; inicie com ela um novo rolo e facilmente, a medida que for desenrolando um, irá enrolando o outro”.
Ele também fala das vantagens do formato, pois o comprimento poderia ser grande, mas a largura era de apenas 16 centímetros então “o leitor não precisa abrir os braços para ler este jornal. Em qualquer lugar, até mesmo num bonde (se houvesse aqui), seria capaz de fazê-lo com facilidade”. Outra vantagem apontada é o volume reduzido, que permitiria que o jornal fosse conduzido “no bolso sem amassá-lo” e que manteria o jornal “fechado” no formato cilíndrico, evitando de ser “peruado” na banca de jornais, ou seja, aberto por outras pessoas antes do comprador final.

Foi considerado “coisa de loucos” por alguns, por ter o trabalho triplicado, pois a paginação era frente e verso e a colagem das páginas era manual.
Mas as dificuldades não intimidaram a divulgação do primeiro exemplar do periódico, “Não ignorávamos, naquela ocasião, os muitos obstáculos que teríamos pela frente. O exemplo dos outros que se dedicam a manter um jornal, não nos teria encorajado. Conhecendo, de perto, como conhecíamos as dificuldades que isso acarreta, teríamos desistido. Se tal não aconteceu, deveu-se, exclusivamente, à nossa teimosia.”, escreveu o diretor em 1959.
O jornal tinha a intenção de ser semanal, mas nessa época ainda havia a dificuldade de encontrar as tipografias para a impressão, tanto que o para o primeiro número o atraso foi de dois meses e para o segundo número o atraso foi de três meses, pois a impressão era feita na Tipografia Rui Barbosa, em Campo Grande.
O jornal continha notícias, notas e muita opinião, principalmente na segunda fase, em 1994, quando “O Rolo” adquiriu uma nova concepção, que era a de ser uma “nova alternativa de informação e entretenimento”, diferente da primeira fase em que no Editorial do número 01, em 1959, os diretores disseram se atrever a “fazer um jornal sério, por imaginá-lo de maior utilidade” e que tentariam “dentro de nossas modestas possibilidades, levar aos nossos leitores o maior número de notícias que julgamos seja do seu interesse”.
# Veja algumas matérias veiculadas na primeira edição:

























# Alguns artigos da edição de 1995




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