André Bento/Diário MS
Quase um ano depois de ter recebido alta médica, o mecânico aposentado Alexandre Dias Gonçalves, 61, pôde enfim deixar a enfermaria 35 do posto 3 do HU (Hospital Universitário) de Dourados. Com esclerose lateral amiotrófica, ele morava no local desde o dia 18 de novembro de 2011. Mesmo após a recuperação, foi somente depois de ter ganhado na Justiça um respirador mecânico, entregue pela prefeitura, que foi liberado para viver em casa, ao lado da família.
O aposentado chegou a passar 13 dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Mas essa não foi a fase mais crítica de sua estadia no Hospital. Desde o dia 17 de fevereiro do ano passado ele poderia ter sido liberado. No entanto, diante da negativa do poder público em lhe conceder um aparelho chamado Bipap, teve que viver num quarto de enfermaria.
Essa história foi noticiada pelo Diário MS em agosto de 2012. Ontem houve o final feliz. “Foi muita luta, já estava achando que não ia dar certo, mas graças a Deus deu tudo certo”, comemorava pouco antes de ir para a casa da irmã, Anália Dias Cabreira, 72. “Minha mudança já está toda arrumada”.
A possibilidade de voltar ao convívio familiar veio após decisão do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) que obrigou a Prefeitura de Dourados a lhe conceder o respirador mecânico. Em caso de descumprimento da determinação judicial, seria aplicada pena de multa diária no valor de R$ 1.000.
Além do Bipap, de aproximadamente R$ 20 mil, também foram entregues um aspirador e um inalador, necessários para a qualidade de vida do paciente.
Com os equipamentos em mãos, Alexandre Dias Gonçalves não continha a alegria. “As enfermeiras estão todas tristes porque vou embora”, brincava. Nesse mesmo bom humor também já traçava os primeiros planos para a vida fora do hospital. “Quando eu chegar em casa vou assar uma carne e tomar um vinho”.
Segundo o enfermeiro Alexandre Mendonça, a dieta nutricional do aposentado não deve impedi-lo de realizar alguns desses desejos. Mesmo assim, serão necessários cuidados básicos. Como o paciente vai residir na sitioca Campo Belo, uma equipe do Posto de Saúde do Campo Dourado fará o acompanhamento periódico.
Parte do material utilizado em seu dia-a-dia foi garantida pelo próprio HU. “São luvas, sondas e gases estéreis para umas duas semanas”, informa o enfermeiro. O medicamento mais caro continuará a ser encaminhado pela Secretaria de Estado de Saúde. Os mais acessíveis poderão ser requeridos na Secretaria Municipal de Saúde ou adquiridos pela própria família.
Para o fisioterapeuta intensivisa Alexandre Inagaki, que também acompanhou o caso, é preciso que o poder público “se prepare cada vez mais para garantir a desospitalização com qualidade de vida”. Ele explica que isso é necessário porque a tendência é que esses pacientes crônicos tenham cada vez mais tempo de vida. “Em Dourados deve ter de quatro a cinco pacientes com problemas semelhantes”.
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