Na manhã desta quinta-feira, 29 de novembro, técnicos administrativos e estudantes da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD realizaram um ‘Apitaço’ reivindicando a manuteção da Paridade na Universidade, ou seja, o voto paritário que garante às três categorias da comunidade (professores, técnicos e acadêmicos) o mesmo peso de voto (33,33%) na escolha de reitor, vice-reitor e diretores de Faculdade.
O ‘Apitaço’ aconteceu antes da reunião do Conselho Universitário - COUNI, composto por representantes de todos os setores e categorias da Universidade, além de representantes da sociedade civil. O Conselho delibera e fiscaliza as principais mudanças e realizações da Instituição. Na pauta de hoje, estava a nova eleição para diretor da Faculdade de Ciências Contábeis, Economia e Administração (FACE), que deverá ser realizada no modelo de 70% do peso dos votos para professores, 15% para alunos e 15% para técnicos administrativos.
No primeiro semestre de 2011 foram realizadas as últimas eleições para direção das faculdades que compõem a UFGD. Os candidatos que ficaram em segundo lugar na eleição da FACE entraram com ação judicial contra o processo de paridade nas eleições. O parecer da Justiça Federal é de que as eleições devem ser refeitas, baseando-se na lei nº 5.540 de 1968, que determina 70% do peso dos votos para os professores.
A reitoria da universidade entrou com recurso em segunda instância, mas este ainda não foi julgado. O prazo para o cumprimento da decisão, que determina novas eleições, está terminando e por isso o Conselho Diretor foi convocado a determinar as normas e datas para realização da nova eleição para direção da FACE.
"Sabemos que hoje não vamos deliberar se queremos realizar eleições com paridade ou não, cabendo a nós apenas respeitar a decisão judicial. É com pesar que mais uma vez temos que levantar a nossa voz para essa situação de injustiça e imoralidade. Queremos deixar claro que não estamos fazendo um ato contra esse conselho ou contra essa gestão da universidade, mas sim contra aqueles que lançam mão de dispositivos que, embora legais, não condizem com o espírito de igualdade e democracia que sempre estiveram presentes nas escolhas de dirigentes para as faculdades da UFGD.
E isso nos faz perguntar: que tipo de poder essas pessoas pensam que terão dentro da universidade ou das faculdades tendo que se valer desse tipo de recurso para conquistá-lo? Os técnicos administrativos e acadêmicos dessa universidade não permanecerão calados diante dessa situação de desigualdade", questionou Cleiton Rodrigues de Almeida, representando os técnicos administrativos da UFGD.
O estudante Matheus Heindrickson dos Santos, do Centro Acadêmico de Economia, afirmou que a classe estudantil não aceita a ameaça à paridade, que é uma conquista das três categorias que compõem a universidade. “Existe uma outra FACE, nas qual os alunos, técnicos e – pode-se dizer – uma grande parte dos professores é a favor da paridade. É um pequeno grupo dentro da faculdade que quer mudar o processo de eleição”, avalia Matheus.
Representando os professores, Adauto de Oliveira Souza, presidente da ADUF/UFGD, destacou que a paridade é uma pauta histórica entre os docentes e que a Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) recomenda que todas universidades busquem implementar processos de participação igualitária.
Além dos sindicalistas e estudantes, representantes da reitoria da UFGD e da direção de diversas faculdades também lamentaram que uma decisão judicial esteja interferindo na autonomia da universidade e no processo democrático que vem sendo construindo desde a criação da UFGD.
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