Dourados já alfabetizou pelo menos cinco mil pessoas acima de 15 anos de idade através do Programa Brasil Alfabetizado – Mova (Movimento de Alfabetização). Conforme a Secretaria Municipal de Educação, o programa foi implantado em 2003, mas ficou suspenso entre 2008 e 2011 e foi retomado neste ano pelo prefeito Murilo, beneficiando 650 pessoas da zona rural e aldeias indígenas. São 40 alfabetizadores distribuídos em 35 turmas.
Para o ciclo 2012/2013 a meta é alfabetizar cerca de 1.500 pessoas. Os alunos que ingressam no Programa Brasil Alfabetizado são jovens, adultos e idosos que algum motivo não tiveram oportunidade de participar do processo de escolarização normal na juventude.
De acordo com o secretário municipal de Educação Walteir Betoni, o Programa Brasil Alfabetizado representa uma possibilidade real para essas pessoas saírem da condição de “estranhas” para as letras, como elas próprias se identificam.
“A alfabetização fora das etapas convencionais do ensino representa também o caminho da liberdade e oportunidade de enfrentar situações mais básicas para a pessoa”, diz o secretário. Ele cita que para as pessoas alfabetizadas, o que aprenderam pode representar a abertura de muitas portas, entre elas a permanência no emprego atual, a conquista de uma melhor remuneração, a independência em relação aos outros em atividades cotidianas como escrever o próprio nome, escrever uma carta, ler placas de rua, ler notícias.
Ainda através da alfabetização, a pessoa pode dar continuidade aos estudos, como ingressar na Educação de Jovens e Adultos (EJA), fazer o ensino fundamental e médio e ainda ingressar na faculdade.
O Mova funciona com professores voluntários que se caracterizam como alfabetizadores populares, cujo compromisso social é superar o analfabetismo. A prefeitura, através da Secretaria Municipal de Educação, assume essa missão pedagógico-social, tendo como meta a inclusão.
HISTÓRIAS TRISTES
A professora Geani Denis Schaffer ministra aulas em sua própria casa, em um sitio na BR-163 e diz já ter se deparado com várias histórias tristes pelo fato de a pessoa não saber ler. Ela tem uma turma formada por oito alunos de 50 a 80 anos de idade.
Para Geani, é uma gratificação ajudar as pessoas que não sabem ler. “A diferença entre uma sala de aula regular e o Mova é que são pessoas que têm ‘fome’ de aprender e querem ter a oportunidade de conhecer um outro mundo”, destaca a professora, lembrando que a alfabetização dura em torno de oito meses.
Ela conta que faz alfabetização de adultos há pelo menos seis anos e durante esse período já conheceu muitas histórias tristes, de pessoas que por não saber ler passaram por sérios constrangimentos na vida. “Muitas vezes são enganadas por outras pessoas com más intenções, simplesmente pelo gosto de humilhar o próximo; são histórias realmente tristes, por isso me dedico a ensinar essas pessoas que querem aprender. É uma forma de dar mais dignidades a elas”.
NÚMEROS
O Brasil tem 12,9 milhões de pessoas não-alfabetizadas, segundo o relatório de 2012 do IBGE/PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), com base em dados de 2011.
Dourados aparece com 8.243 não-analfabetizados acima de 15 anos (Censo IBGE/PNAD-2010). Desse total uma parte significativa é de indígenas das etnias guarani, kaiowá e terena, cuja população é de pelo menos 14 mil habitantes.
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