Contêiner com droga escondido em chácara levou polícia a prender célula do PCC em Dourados

No total, foram apreendidos 577 quilos de maconha prensada e 12 quilos da droga já fracionada - Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News

Quase 600 kg de maconha foram apreendidos dentro de um contêiner refrigerado, localizado no fundo de uma chácara no Distrito Industrial de Dourados. Quatro pessoas foram presas, todas suspeitas de ligação à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Conforme noticiado pelo Dourados News, a droga foi apreendida durante uma operação realizada pelo SIG com apoio da Guarda Municipal.

Durante coletiva de imprensa, o delegado responsável pelo SIG, Erasmo Cubas, disse que as investigações vinham sendo realizadas há algum tempo com base em denúncias sobre a atuação de membros do PCC na comercialização de entorpecentes em Dourados. O grupo também era responsável por remessas interestaduais de droga, especialmente para o estado de São Paulo.

O principal alvo da operação era Diogo Ifran Vargas, de 31 anos, que estava em monitoramento eletrônico e é apontado como responsável pela logística do grupo criminoso. Segundo o delegado, Diogo mantinha contato direto com detentos do sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul e coordenava o envio de drogas da fronteira até outros estados.

Durante monitoramento, os investigadores flagraram uma reunião entre Diogo e outro suspeito de alta relevância dentro da facção criminosa, identificado como Hemerson Marcos Cosine, de 51 anos, conhecido como “Calunga”, que havia deixado o sistema prisional após cumprir quase 30 anos de pena por tráfico de grandes volumes.

Calunga se passava por jardineiro como forma de manter uma fachada de legalidade, enquanto articulava ações do grupo.
Também foram identificados como integrantes da quadrilha Bruno da Silva, de 24 anos, e Valdemar Nogueira Neto, de 63 anos.

Bruno era responsável pela logística com veículos e alugou recentemente a residência usada como base pelos criminosos. Já Valdemar se apresentava como morador da chácara no Distrito Industrial, usada como esconderijo da droga, e deu declarações inconsistentes durante a abordagem policial.

A operação foi deflagrada após os agentes perceberem movimentações suspeitas em um galpão nos fundos da propriedade rural.

No local, uma câmara fria foi usada para ocultar a droga, aproveitando o isolamento do espaço e o forte cheiro de produtos industriais da região para despistar a vigilância.

“É um local com carretas circulando e barulho constante, o que dificultava a identificação da atividade criminosa. Eles acondicionavam a droga ali e, a partir de Dourados, faziam a distribuição para outros pontos do estado e para fora dele”, explicou o delegado durante a coletiva.

O veículo GM/Corsa usado por Diogo foi interceptado com apoio da Guarda Municipal logo após sair da chácara. No carro havia resquícios e odor de maconha, além de uma balança de grande porte.

Os ocupantes apresentaram versões contraditórias sobre o motivo da visita ao local.

No imóvel, os agentes encontraram maconha embalada em buchas, balança de precisão e malas com roupas dos demais envolvidos, indicando que o local também servia de alojamento para o grupo.

No total, foram apreendidos 577 quilos de maconha prensada e 12 quilos da droga já fracionada, prontos para comercialização, totalizando 589 quilos.

Todos os presos foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico. A Polícia Civil informou que as investigações continuam, com análise de dados telemáticos e apreensão de celulares, para identificar outros possíveis envolvidos e ampliar o cerco contra a atuação de facções criminosas na região de fronteira.