Mais de uma centena de pessoas, entre cidadãos paraguaios e descendentes, estiveram na Câmara de Dourados na noite de sexta-feira para a sessão solene em comemoração ao ‘Dia do Povo Paraguaio em MS’, o ‘Bicentenário da Nação Paraguaia’ e os ’20 anos da Colônia Paraguaia em Dourados’.
Foi uma bonita festa. Uma noite para valorizar a cultura e lembrar um pouco da história do país vizinho, cujo povo tem forte influência na cultura e no desenvolvimento sócio-econômico de Dourados e do Mato Grosso do Sul.
A solenidade foi proposta dos vereadores Elias Ishy (PT) e Délia Razuk (PMDB) e realizada pela Câmara com apoio da associação da Colônia Paraguaia.
A consulesa em Ponta Porã, Nancy Marina Cañete de Quevedo; o cônsul em Campo Grande, Aguistin Antonio Casal Lopes; o prefeito de Concepción, Alejando Urbieta Cáceres; o presidente da Câmara de Concepción, Hugo Vargas Medina e o vereador em Concepción, Dionisio Ramón Vásques participaram da cerimônia e ocuparam lugar de destaque na mesa das autoridades.
Também prestigiaram o evento o deputado federal Geraldo Resende, o deputado estadual Laerte Tetila, o juiz diretor do Fórum Eduardo Machado Rocha, representante do Exército e vereadores.
Dezessete moradores de descendência paraguaia foram homenageados pelo legislativo municipal com Moção de Congratulações: Apolinária Lescano Vilhalba, Arnaldo Freitas, Aurina Vider de Araujo, Bonifácia Melgarejo Ximenes, Cândido Gimenes, Cecilia Ferreira Espíndola, Froilan Morel Morilla, Gregória Livrada Benites Villamayor, João Batista Ledesma, João Maria de Souza, Mary Nunes, Mauro Fulgêncio Alegre, Meliana Alvarez Rojas, Onorio Ovando, Pascual Eduardo Perez, Pedro Lopes e Walmor Romeiro Saldanha.
A cada currículo lido pelo mestre de cerimônia, um pedaço da história do Paraguai era contado. Idosos, jovens e crianças se emocionavam e aplaudiam cada um dos homenageados. Além das homenagens houve apresentação de números musicais e de dança.
Todos os pronunciamentos destacaram os feitos do povo guarani na região de fronteira e a contribuição para o desenvolvimento de Dourados, nas mais diferentes áreas, principalmente na construção civil e, também no esporte e na cultura.
Discursaram o presidente da Colônia Paraguaia de Dourados, Eliseu Cristaldo, os vereadores Bebeto, Albino Mendes, Délia Razuk, Elias Ishy e o presidente Idenor Machado, os deputados Laerte Tetila e Geraldo Resende, além do juiz Eduardo Rocha e autoridades do Paraguai.
ERVATEIRO
O comerciante Cândido Gimenes discursou em nomes de todos os homenageados. Ele agradeceu aos vereadores pelo reconhecimento, falou da valorização da diversidade cultural, das raízes familiares, culturais e sociais e dos laços de amizade entre brasileiros e paraguaios.
Gimenes fez um apelo veemente às autoridades douradenses para que a estátua do ervateiro seja devolvida ao seu local de origem ou colocada em outra área de maior visibilidade. Para ele, a retirada da estátua do centro da cidade e o descarte no pátio de uma secretaria municipal foi um desrespeito ao um símbolo do trabalho do povo paraguaio e de muitos pioneiros brasileiros que ajudaram na formação de povoados em toda a região. A atividade ervateira foi, por muitos anos, uma das principais fontes de sustento para o trabalhador paraguaio na faixa de fronteira com o Brasil.
HISTÓRIA
O Dia do Povo Paraguaio em Mato Grosso do Sul foi instituído em 2001 e é comemorado em 14 de maio, que é o Dia da Independência do Paraguai do domínio espanhol, ocorrida há 200 anos.
Por ser Estado vizinho – faz fronteira com 11 municípios paraguaios – Mato Grosso do Sul abriga hoje a maior colônia paraguaia do país. Estima-se que 300 mil paraguaios e descendentes habitam o Estado, sendo pelo menos 15 mil famílias em Dourados. Estima-se que hoje, pelo menos 50 mil douradenses tenham a descendência paraguaia.
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