Na manhã desta terça-feira (23) dezenas de representantes da comunidade acadêmica da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) se concentraram na sede da unidade I, localizada na Vila Progresso, em ato de protesto pelo fim da intervenção federal que já dura um ano e sete meses.
O grupo fez um simbólico ‘funeral da democracia’, com uso de cruzes e de um caixão para simbolizar a ‘morte’ do processo democrático. O ato que reuniu professores, estudantes, servidores técnicos e também alguns profissionais que atuam no HU (Hospital Universitário) foi acompanhado de perto pela reportagem do Dourados News.
“Continuamos a nossa luta pelo fim da intervenção que desrespeita a Lei e principalmente o direito de escolha da comunidade acadêmica. O que acontece hoje na universidade não é normal. O que queremos é o respeito à democracia e a posse da reitoria que foi eleita dentro de todos os trâmites previstos e reconhecida pela Justiça”, explicou o representante da Aduf-UFGD (Associação dos Docentes da Universidade Federal da Grande Dourados), Fabiano Coelho.
A universidade está sob intervenção desde junho de 2019, quando a professora Mirlene Ferreira Macedo Damázio foi indicada como reitora temporária, mesmo com uma chapa tendo sido eleita e a lista tríplice de nomes ter sido encaminhada para o MEC seguindo todos os processos de consulta interna à comunidade acadêmica.
Os representantes sindicais da UFGD encaminharam ao interventor atual, professor Lino Sanabria, uma solicitação de audiência para tratar da posição dele sobre a nomeação do reitor e vice reitora eleitos. Sanabria tomou posse como reitor no dia 8 de fevereiro depois de ser nomeado pelo MEC (Ministério da Educação).
Os eleitos como reitor e vice reitora são os professores Etienne Biasotto e Claudia Lima. No dia 9 de fevereiro Biasotto encaminhou ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região um pedido para ser empossado pelo MEC e uma cobrança para que o Tribunal defina um prazo para o Governo Federal cumprir uma decisão anterior da própria Justiça Federal que reconheceu a eleição interna. Presente no ato desta manhã, o professor falou sobre o imbróglio.
“Essa intervenção é um desrespeito a comunidade acadêmica, à autonomia da universidade e também à Lei, já que temos uma decisão da Justiça Federal que reconheceu a legalidade do processo eleitoral. Eu acredito na Justiça, mas seguimos mobilizados porque existem sim forças anti democráticas que não querem que essa intervenção acabe”, declarou o professor.
A representação sindical e da comunidade acadêmica da UFGD destacou que a gestão interventora é marcada por problemas como a defesa de reingresso de alunos fraudadores das cotas raciais, intervenção na direção da Faculdade de Educação, presença da polícia na reitoria para impedir a participação da comunidade acadêmica, entre outros.
“É preciso o entendimento da sociedade em geral que o que acontece hoje com essa intervenção não é e não pode ser normal. É autoritarismo. É anti democrático. É uma perda para a comunidade acadêmica e para a universidade. Vamos defender a autonomia da universidade e não o controle conforme os interesses somente do governo federal”, explicou Coelho.
No fim de 2020, o TRF da 3ª Região determinou que a então interventora, professora Mirlene, enviasse a lista tríplice ao MEC para imediato prosseguimento dos trâmites relativos à nomeação do novo reitor. A decisão, no entanto, não se consolidou até o momento.
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