Os proprietários de bares e lanchonetes de Dourados estão divididos quanto à eficácia da eventual adoção da ‘’lei Seca’’, que está sendo discutida pelos vereadores e prevê a proibição da venda de bebidas alcoólicas após as 22 horas, nos dias de semana, e após a meia noite nos finais de semana. Após esse horário os estabelecimentos deverão adaptar-se para permanecerem abertos. A reportagem do Dourados News esteve em diferentes regiões da cidade e ouviu desde a aprovação da medida até considerações sobre o surgimento de novos problemas com a entrada em vigor da lei.Para Jucemar Almeida, instalado no Jardim Santo André, a Lei Seca pode criar uma situação inusitada: os consumidores superlotariam os estabelecimentos adaptados para permanecer aberto até mais tarde. ‘’Viriam todos para cá e os problemas causados nos bares pequenos viriam junto’’, ponderou Jucemar. Ele afirmou que já pensa em demitir funcionários para adaptar-se a lei. ‘’Vou ter menos lucro para pagar empregados’’, destacou. Jucemar afirmou ter condições de adaptar o estabelecimento para permanecer aberto, como contratar seguranças e etc, mas que é contra a implantação da lei.Já o comerciante Ivo Buscollini, da área central, acha a medida ‘’excelente’’ e que pode estimular a redução da criminalidade. ‘’No meu caso, após as 22 horas só aparece ‘’tranqueira’’’’, disse, usando expressão popular. Ele afirmou que sempre fecha antes desse horário.Estabelecido há três anos no bairro considerado um dos bairros mais populosos e mais emblemáticos de Dourados (a Vila Cachoeirinha), o comerciante Cícero Alves acha que a lei vai prejudicar sua atividade. ‘’O que a gente precisa é que a prefeitura adquira uma área aqui e construa um posto policial’’, sugeriu ele, afirmando que a medida seria mais eficaz que proibir a venda de bebidas após as 22 horas.O projeto que restringe a comercialização de bebidas alcoólicas é de autoria do vereador Carlinhos Cantor (PL).
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