As chuvas acima da média, nos últimos dias, vem atrasando a colheita da soja em Dourados. A preocupação maior é daqueles produtores que fizeram dessecação da lavoura para plantar o milho safrinha. O presidente do Grupo Plantio na Palha, Ângelo Ximenes, explica que existe a preocupação de perdas nas lavouras, caso as chuvas continuem intensas nos próximos dias.
A maioria dos produtores da região já começou a colher a soja e agora a expectativa é que a chuva dê uma trégua para que o trabalho continue no campo. O período de colheita segue até o final deste mês e meado de março.
O excesso de umidade do solo, que impede as atividades agrícolas, dificulta a circulação das máquinas, sob pena de compactação do solo, e os tratamentos fitossanitários também não podem ser efetuados. A colheita fica prejudicada e a qualidade do produto é menor.
Ferrugem
Além do excesso de chuva que atrasa a colheita, outra preocupação dos produtores é com o avanço da ferrugem asiática. A umidade da planta facilita o aparecimento dos focos. Em Dourados, segundo dados do Consórcio Antiferrugem, são 45 focos encontrados nas lavouras do município até agora.
De acordo com o pre-sidente da Associação dos Engenheiros Agronômos da Grande Dourados (Aea-gran), o engenheiro agrô-nomo Bruno Tomazini, a ferrugem asiática está pre-sente em quase todas as áreas de soja por causa do excesso de chuva.
A ferrugem é uma doen-ça causada por um fungo que pode provocar grande dano às lavouras da soja, no entanto, de acordo com Bruno, se o produtor fizer o monitoramento constante e pulverização do fungicida corretamente, evita perdas.
Em Dourados, segundo os institutos de meteorologia, o sol aparece entre muitas nuvens e pode chover a qualquer hora do dia, durante toda esta semana. As temperaturas vão ficar entre 21 ºC a 32 ºC.
Produção
A produção nacional de grãos, da safra 2009/10, foi projetada pela Conab no último dia 9 deste mês, em 143,09 milhões de toneladas.
O resultado, de acordo com o quinto levantamento, é o segundo melhor da história e 5,9% superior as 135,13 milhões de toneladas da última temporada, ou 1,2% a mais que o do mês passado (141,35 milhões de toneladas). O recorde da produção é do ciclo 2007/08, que foi de 144,1 milhões de toneladas.
O bom desempenho se deve à estabilidade de chuvas nos principais estados produtores, diferentemente do período anterior, que foi marcado pela estiagem nos estados da região Sul e Mato Grosso do Sul, provocando redução significativa na colheita, especialmente de soja e milho.
A oleaginosa, juntamente com o milho primeira safra, é a cultura mais beneficiada pelo clima e deve alcançar 66,73 milhões de toneladas. Esta estimativa confere um novo recorde nacional de produção.
A pesquisa de campo foi realizada pelos técnicos da Conab entre os dias 18 e 22 de janeiro, de acordo com informações prestadas por produtores, representantes de cooperativas e sindicatos rurais, órgãos públicos e privados. (Fonte: O Progresso)